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Descrição de chapéu China

China enfrenta nova denúncia de suposto espião que atuaria no Reino Unido

Assessor parlamentar escocês foi preso no Reino Unido acusado de espionagem para Pequim

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Igor Patrick
Washington

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Suposto espião a serviço chinês é preso

Um assessor parlamentar foi preso no Reino Unido acusado de espionar a serviço do governo chinês. Segundo o jornal The Sunday Times, o suspeito se chama Chris Cash e tinha sido contratado pela presidente do comitê de relações exteriores da Câmara dos Comuns, Alicia Kearns.

Cash pertence a uma família rica de Edimburgo e foi educado no George Watson's College, uma escola para crianças e adolescentes da alta sociedade escocesa. De lá, seguiu para a Universidade de St. Andrews, a mais respeitada da Escócia.

Antes de ser contratado formalmente para o posto no Parlamento do Reino Unido, Cash liderava o Grupo de Investigação da China, um órgão conhecido como defensor de uma política britânica mais agressiva em relação a Pequim.

O Palácio de Westminster, onde fica o Parlamento britânico - Xinhua/Han Yan

Cofundado pelos ministros conservadores Tom Tugendhat e Neil O’Brien em abril de 2020, o comitê do grupo chegou a incluir até sete outros parlamentares;

Citando fontes locais, a imprensa britânica reportou que ele foi recrutado como agente de inteligência enquanto vivia e trabalhava na China. Cash teria então sido enviado de volta ao Reino Unido com a intenção de se infiltrar nas redes políticas críticas a Pequim.

A embaixada chinesa em Londres divulgou uma nota em que nega as acusações, classificando-as como "calúnia fabricada e maliciosa" e insta o governo britânico a "parar com esta farsa política".

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse ter reclamado do acontecido ao encontrar com o premiê chinês, Li Qiang, às margens do G20. A Aliança Interparlamentar sobre a China, que tem pressionado Sunak a adotar uma postura mais firme em relação a Pequim, divulgou uma nota em que se declara "chocada com os relatos de um infiltrado no parlamento do Reino Unido".

Por que importa: embora o caso só tenha aparecido na imprensa britânica agora, a prisão de Chris Cash ocorreu em março e se junta a várias denúncias semelhantes em outros países do mundo.

No Canadá, o governo expulsou em maio um diplomata chinês, acusado de intimidar um parlamentar que liderava esforços para classificar o tratamento dado pela China à minoria uigur como genocídio;

Depois, o país anunciou a prisão de um ex-policial que estaria a serviço da espionagem chinesa;

O premiê da China, Li Qiang, disse na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático que países da região devem evitar "nova Guerra Fria" - Yasuyoshi Chiba/Pool via Reuters

Em 2019, a imprensa australiana revelou um suposto plano do Partido Comunista para recrutar e infiltrar um agente no Parlamento local. O suposto espião, conhecido como Bo "Nick" Zhao, foi encontrado morto em um hotel apenas dias antes da data em que se declararia culpado das acusações e prometia revelar mais detalhes sobre o plano.

O que também importa

★ Três grandes cidades chinesas anunciaram no domingo que vão reformar leis de regulação do mercado imobiliário. Dalian e Shenyang, ambas no nordeste do país, eliminaram limites de aquisição de propriedades; Nanjing, que fica na costa leste, decidiu flexibilizar a compra de casas. As medidas também incluem a redução das taxas de hipoteca para quem compra a primeira casa ou apartamento, em um esforço de estimular um setor que representa 25% do PIB chinês e vem apresentando sinais de crise.


Organizações globais de direitos humanos solicitaram que o Laos liberte o renomado advogado chinês Lu Siwei, desaparecido no país enquanto viajava para os EUA. Ativistas temem sua deportação para a China, alegando que Lu poderia sofrer maus-tratos e tortura. A embaixada do Laos no Reino Unido confirmou a prisão em julho, acusando Lu de usar documentos falsos. Lu teve a licença para exercer a advocacia revogada por autoridades chinesas em 2021, após anos defendendo dissidentes políticos e liderando casos sensíveis.

fique de olho

A China enviará o vice-presidente Han Zheng, em vez do ministro das Relações Exteriores Wang Yi, para a Assembleia Geral da ONU, cujas principais reuniões acontecem na semana que vem em Nova Iorque.

Segundo o The Wall Street Journal, a decisão vai contra o que diplomatas chineses sinalizaram aos americanos nas últimas semanas e frustrou funcionários do governo em Washington, que esperavam uma visita de Wang logo após a cúpula para discutir os pontos mais prementes nas relações entre Estados Unidos e China.

O líder chinês, Xi Jinping, no último dia da cúpula do Brics, em Joanesburgo, na África do Sul - Alet Pretorius - 24.ago.23/Reuters

Por que importa: Han Zheng tem um cargo quase inteiramente cerimonial e não conta com posto elevado o suficiente na hierarquia do Partido Comunista para decidir nada em nome da China ao falar com os americanos.

  • A ausência de Wang é uma sinalização de que a Assembleia na ONU não está na lista de prioridades da China no momento, assim como as reuniões de alto nível com contrapartes americanas;

  • É a segunda cúpula de alto nível para a qual a China envia interlocutores de menor importância, após a esnobada de Xi ao G20 na Índia no último fim de semana;

  • As atenções se voltam para a Cúpula Ásia-Pacífico (Apec), em novembro, sediada em San Francisco, com a dúvida se terá a presença do líder chinês.

para ir a fundo

  • Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas lançaram um livro nesta semana que analisa a Iniciativa de Cinturão e Rota sob uma perspectiva brasileira. A obra também usa o projeto chinês como âncora para discutir as relações chinesas com o Sul Global. Disponível aqui. (gratuito, em português)
  • Até o fim de outubro, internautas podem acessar online as obras que compõem a Mostra de Cinema Chinês. Realizado pela CPFL com o apoio do governo de São Paulo e do Instituto Confúcio, o evento disponibilizou cinco produções raríssimas e com acesso gratuito. Veja aqui. (gratuito, em chinês com legendas em português)

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