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Trump é perseguido e isso mostra falência da democracia dos EUA, diz Putin

Presidente russo aproveitou espera pelo ditador norte-coreano Kim Jong-un em evento para comentar sobre o republicano

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Boa Vista

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (12) que os processos de que o ex-presidente americano Donald Trump é alvo são fruto de perseguição política e que isso reflete a falência da democracia dos Estados Unidos.

"Tudo o que acontece com Trump é perseguição política de um rival. É disso que se trata. Eu acredito que tudo isso ocorrendo agora é bom, porque mostra a podridão do sistema político americano, que não pode fingir que ensina democracia aos outros", afirmou em Vladivostok, onde deve se encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, durante o Fórum Econômico do Oriente.

Presidente russo, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico do Oriente, em Vladivostok, na Rússia
Presidente russo, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico do Oriente, em Vladivostok, na Rússia - Pavel Bednyakov/Sputnik/Reuters

O russo negou, no entanto, que veja como boa uma eventual vitória de Trump nas eleições presidenciais de 2024 contra Joe Biden. "Apesar de eles o terem acusado de ter uma relação especial com a Rússia, o que é um completo nonsense, ele impôs sanções aos russos mais do que qualquer outro quando foi presidente. Então, é difícil dizer o que esperar do futuro presidente, não importa quem seja, mas é improvável que algo vá mudar radicalmente."

O republicano lidera com folga as pesquisas de intenção de voto nas primárias do partido para confrontar o democrata pela segunda vez, em pleito que será uma reedição da disputa de 2020, origem de dois dos quatro casos criminais em que Trump é réu.

Em um deles, o ex-presidente responde por quatro acusações relativas à tentativa de reverter a derrota nas urnas e à invasão do Capitólio em janeiro de 2021, quando uma turba de seus apoiadores buscaram impedir à força a certificação de Biden como presidente.

Em outro, no qual foi pela primeira vez fotografado como réu, Trump é acusado junto de 18 aliados de tentar subverter o resultado eleitoral na Geórgia, estado em que perdeu por apenas 0,02 ponto percentual.

Desde o pleito em que venceu a democrata Hillary Clinton, em 2016, o então candidato é acusado por democratas nos Estados Unidos de apoiar Putin, que teria retribuído com interferência de hackers na eleição —o russo já fez piada mais de uma vez sobre acusações do tipo.

Trump também tem explicitado posição crítica ao envio de ajuda financeira e militar à Ucrânia após a invasão promovida por Putin. Em comícios em julho, o republicano sugeriu que o Congresso deveria suspender o auxílio a Kiev enquanto a Casa Branca não cooperasse com investigações a respeito de Hunter Biden, filho do presidente.

A posição de outros pré-candidatos republicanos mostra como o apoio bipartidário que Biden tem recebido para aprovar os pacotes financeiros e militares ao esforço ucraniano no conflito pode estar com os dias contados.

No primeiro debate das primárias, por exemplo, o governador da Flórida e segundo colocado nas pesquisas, Ron DeSantis, disse que novos parcelas de ajuda teriam de ser condicionadas ao aumento da contribuição de aliados europeus.

Trump não foi ao evento, mas Vivek Ramaswamy, destaque do debate, definiu como "desastroso" o fato de o governo americano estar protegendo a invasão de fronteiras em outros países, enquanto deveria gastar recursos contra a "invasão na nossa própria fronteira ao sul", em referência a imigrantes que chegam pelo México.

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