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Milhares protestam na Espanha contra anistia para separatistas catalães

Pedro Sánchez, que ficou em segundo em eleição, tenta formar governo com apoio de grupo pró-independência

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Madri | Reuters

Dezenas de milhares de espanhóis protestaram em Madri neste domingo (24) contra um possível plano do primeiro-ministro interino, o socialista Pedro Sánchez, de conceder anistia a separatistas catalães. A medida teria o objetivo de angariar apoio para a formação de um novo governo após o Legislativo ficar dividido com as eleições de julho no país.

Agitando bandeiras da Espanha, apoiadores do conservador PP (Partido Popular) viajaram de todo o país para participar do comício na capital. A multidão somou cerca de 40 mil pessoas, segundo as autoridades, e foi uma mostra de força do líder da sigla, o senador Alberto Núñez Feijóo, que terá chance de se tornar premiê em votação parlamentar na próxima quarta (27). Entre seus colegas, porém, estimativas mostram que ele ainda não reuniu apoio suficiente.

Manifestante segura cartaz contra a anistia de separatistas catalães durante protesto em Madri - Susana Vera - 24.set.23/Reuters

Na última votação, em julho, nenhum partido conquistou maioria, o que levou a um cenário de incerteza. No sistema parlamentarista da Espanha, não se vota em candidatos, mas em siglas. Estas, por sua vez, indicam os deputados para as 350 cadeiras que compõem o Legislativo. A sigla ou a coalizão que conquistar a maior parte das cadeiras —ou 176 delas— estará apta a escolher o próximo premiê.

Sánchez, que lidera a Espanha desde 2018 e ficou em segundo lugar no pleito, tenta permanecer no poder com o apoio do ex-líder catalão Carles Puigdemont, cujo partido, Juntos por Catalunha, controla sete assentos no Parlamento. Ele está exilado na Bélgica.

Foragido da Justiça espanhola por organizar um referendo ilegal em 2017 sobre a independência da Catalunha, Puigdemont exigiu que as ações legais contra os separatistas fossem retiradas como condição para seu apoio.

Feijóo, o líder do PP que obteve a maioria dos votos em 23 de julho, disse que nunca cederia às demandas de anistia. Retirar os processos criminais contra os separatistas seria conceder perdão aos "golpistas", disse ele a apoiadores no comício de Madri.

O aposentado Gregorio Castañeda, 72, viajou de Santander, na costa norte da Espanha, para mostrar sua oposição a qualquer iniciativa do tipo. "Não sou a favor do governo que temos. Para mim, isso é um desastre, porque vai dividir a Espanha totalmente", disse ele à agência de notícias Reuters.

Sánchez realizou seu próprio comício político em Gavà, perto da capital regional da Catalunha, Barcelona, no domingo. Ele não mencionou uma anistia, mas disse que os socialistas querem curar as divisões em relação à crise catalã. "Estamos tentando virar a página", disse ele aos apoiadores. Em 2021, o premiê-interino concedeu perdões a nove separatistas presos por seu papel na busca pela independência.

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