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Haiti tem 125 mil crianças em risco de desnutrição aguda em meio a crise, diz Unicef

País caribenho ainda não definiu conselho de transição após renúncia de premiê e enquanto violência segue alta

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AFP

Cerca de 125 mil crianças correm risco desnutrição aguda como resultado da crise no Haiti, alertou a diretora do Unicef, o fundo da ONU para a infância, Catherine Russell, em comunicado divulgado nesta terça-feira (26). A violência no país caribenho dificulta o acesso de ajuda humanitária, o que, segundo Russell, ameaça a vida de inúmeras crianças.

Veículos queimados por gangues perto do palácio presidencial em Porto Príncipe, capital do Haiti - Ralph Tedy Erol - 25.mar.2024/Reuters

Diante deste cenário, o Unicef também pediu à comunidade internacional a aceleração da restauração da ordem no Haiti e o aumento do apoio financeiro. O plano de ajuda humanitária à ilha promovido pela ONU é estimado em US$ 674 milhões, mas somente 7% deste valor foi financiado até o momento.

"A ajuda necessária está pronta para ser distribuída se a violência cessar e as estradas e hospitais forem reabertos", disse Russell. Para ela, a situação no Haiti ultrapassa os limites da violência e desencadeia crises nas esferas da saúde e alimentação.

Segundo um recente relatório do IPC, organização que estabelece escala usada pela ONU e governos para avaliar a fome, quase 5 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave, o que corresponde a cerca de metade da população do Haiti. Destes 5 milhões, 1,64 milhão encontra-se no nível 4 de uma escala de 5 níveis que avalia a situação alimentar em um país.

O diretor no Haiti do Programa Mundial de Alimentos, Jean-Martin Bauer, afirmou que podem ser vistos níveis de fome em Porto Príncipe semelhantes àqueles vistos em zonas de guerra. Em vídeo publicado no perfil do programa no X, Bauer enfatiza que a segurança alimentar tem sido frágil no Haiti desde a pandemia de Covid-19 em 2020, mas que, atualmente, as pessoas estão a um passo da fome.

O cenário é um reflexo da crise que assola o país há anos. O Haiti passa por profunda instabilidade política e securitária que se agravou ao menos desde o assassinato em 2021 do então presidente Jovenel Moïse.

Logo após a morte de Moïse, Ariel Henry assumiu o cargo de primeiro-ministro e sofreu questionamentos tanto em nível nacional quanto internacionalmente. Durante viagem do premiê ao Quênia há poucas semanas, uma aliança de gangues realizou ataques estratégicos em Porto Príncipe com o objetivo declarado de derrubar Henry.

O então primeiro-ministro renunciou ao cargo em 12 de março e será substituído por um conselho de transição composto por sete integrantes, distribuídos entre as principais forças políticas e a sociedade civil. A instabilidade no Haiti, entretanto, tem dificultado a definição do grupo e deixado a ilha, na prática, sem direção.

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