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De 'nada anormal' a 'Maduro deve explicações': veja mudança de posição de Lula sobre Venezuela

Presidente brasileiro, historicamente próximo ao chavismo, vem se distanciando do regime após eleições

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São Paulo

Desde antes da realização das eleições presidenciais da Venezuela no último dia 28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem dando declarações em sentidos opostos sobre o processo eleitoral do país vizinho —ora tratando a ditadura de Nicolás Maduro como um regime democrático, ora se dizendo preocupado com a perseguição à oposição no país.

Com a vitória de Maduro declarada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) questionada pela oposição e pela comunidade internacional, Lula também oscilou de uma postura mais próxima de Maduro a questionamentos abertos sobre a lisura das eleições.

Lula participa de entrevista coletiva no Palácio do Planalto, em Brasília, durante visita oficial do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro - Evaristo Sá - 29.mai.23/AFP

Veja o que disse o presidente brasileiro sobre as eleições presidenciais na Venezuela.

"Pode dizer assim na Folha de S.Paulo: Lula está muito feliz que finalmente está marcada a data das eleições na Venezuela. Espero que as pessoas que estão disputando eleições não tenham o hábito de ex-presidente deste país, de negar processo eleitoral, as urnas e a respeitabilidade à Suprema Corte."

Após ser questionado pela Folha (6.mar.2024)


"Eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018 e, em vez de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato que disputou as eleições."

Sobre a oposição na Venezuela, que denunciou a inelegibilidade de María Corina Machado (6.mar.2024)


"Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro, a decisão boa da candidata proibida pela Justiça de indicar uma sucessora. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata [substituta] não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, não tem explicação jurídica, política para você proibir um adversário de ser candidato. É grave."

Sobre a decisão da Venezuela de barrar a candidatura de Corina Yoris, que substituiria María Corina Machado (28.mar.2024)


"Disse para ele [Maduro] que a coisa mais importante para reestabelecer a normalidade na Venezuela era não ter problema no processo eleitoral. Era que a eleição fosse convocada da forma mais democrática possível."

Sobre uma conversa que teve com Maduro na cúpula da Celac em fevereiro de 2024 (28.mar.2024)


"Todo mundo gosta do Brasil, e o Brasil tem que gostar de todo mundo. Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Eles que elejam o presidente que eles quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado."

Primeira fala sobre as eleições depois de Maduro subir o tom da campanha e falar em "banho de sangue" em caso de derrota (19.jul.2024)


"Fiquei assustado com as declarações. Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue. Maduro tem de aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição."

Em entrevista coletiva à imprensa internacional em Brasília, quando questionado sobre Maduro falando em "banho de sangue" (22.jul.2024)


"Vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco. Um concorda, o outro não, entra na Justiça e a Justiça [decide]."

Primeira fala após as eleições, com Maduro e a oposição declarando vitória no pleito (30.jul.24)


Ainda não [reconheço Maduro como vitorioso], ele sabe que está devendo explicação para a sociedade brasileira e para o mundo. Não posso dizer que a oposição foi vitoriosa porque não tenho os dados. E muito menos posso dizer que o Maduro foi vitorioso, porque não tenho os dados. Não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, quero resultados."

Depois de três semanas de pressão diplomática para que Maduro publique as atas eleitorais que comprovariam sua vitória (15.ago.24)

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