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Maduro anuncia eleições no dia 28 de julho na Venezuela

Data escolhida é aniversário de Hugo Chávez; confirmação do pleito ocorre no dia em que líder morreu

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Boa Vista

A Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela confirmou nesta terça-feira (5) que o país terá eleições para presidente no dia 28 de julho, data em que nasceu Hugo Chávez, líder do país até sua morte, em 2013 —o dia escolhido para o anúncio, por sua vez, é a data em que Chávez morreu.

O presidente do órgão eleitoral, Elvis Amoroso, anunciou a data durante entrevista coletiva, aprovada pela CNE "por unanimidade" —a instituição é acusada pela oposição de servir à ditadura de Nicolás Maduro.

No comunicado, a CNE afirma que a postulação das candidaturas ocorrerá entre os dias 21 e 25 de março. A campanha eleitoral começa no dia 4 de maio.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, em ato de celebração de Hugo Chávez, em Caracas
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, em ato de celebração de Hugo Chávez, em Caracas - Marcos Salgado - 29.fev.2024/Xinhua

A indefinição quanto à data do pleito corria em meio à perseguição aos principais nomes da oposição ao regime Maduro.

No ano passado, Caracas inabilitou eleitoralmente María Corina Machado, a principal opositora do líder venezuelano —ela havia sido escolhida em votação primária para disputar a eleição e, apesar de considerada inelegível por 15 anos, descarta desistir da candidatura.

A nova data não afasta os temores relativos à disputa. Em janeiro, Maduro disse que os acordos com a oposição para convocação do pleito estavam "mortalmente feridos" após virem à tona denúncias de supostos planos para assassinar o ditador.

As tratativas do regime com a oposição tinham levado os Estados Unidos a suspender temporariamente as sanções ao petróleo venezuelano, mas Washington começou a reimpor as sanções em janeiro depois que o principal tribunal da Venezuela manteve o veto à candidatura de Corina.

Maduro afirmou em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às margens da cúpula da Celac, na última sexta (1º), que faria eleições em seu país no segundo semestre.

Em conversa que durou pouco mais de uma hora, o líder venezuelano disse a Lula ter articulado um novo acordo com partidos de oposição de seu país. Também havia afirmado que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito.

A Assembleia Nacional venezuelana havia iniciado há um mês um processo de consulta com dirigentes políticos e a sociedade civil para elaborar a proposta de cronograma para o pleito presidencial, então sem prazo para conclusão. O acordo com princípios gerais e calendário do pleito foi entregue à CNE na sexta, segundo Amoroso, o presidente do órgão.

O processo de consulta foi convocado dias após o restabelecimento de sanções de Washington, que atingem particularmente os setores de petróleo e gás e mineração da Venezuela.

Em outubro do ano passado, o regime e a oposição haviam assinado um acordo para que as eleições fossem realizadas no segundo semestre, com presença de monitoramento e observadores internacionais. Na ocasião, o encontro em Barbados representou o primeiro contato oficial entre as partes em 11 meses.

Com AFP

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