Siga a folha

Descrição de chapéu

Bem longe da paz

Israelenses e palestinos não demonstram disposição genuína para buscar convivência

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Palestino se prepara para arremessar pedra em direção de soldados israelenses na faixa de Gaza - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Do extenso rol de entraves a distanciar israelenses de palestinos costumam sobressair, por exemplo, a soberania sobre Jerusalém e as colônias judaicas na Cisjordânia. Entretanto nenhum deles expõe de forma tão crua o fosso desse conflito como a faixa de Gaza.

Um protesto convocado na sexta (30) pela facção radical Hamas, que controla o diminuto território, terminou com 16 manifestantes mortos a tiros por militares de Israel ao se aproximarem da fronteira.

As Forças Armadas afirmaram que, dentre as vítimas, dez eram membros do Hamasconsiderado terrorista pelos israelenses e por vários países ocidentais— e representavam uma ameaça à população de vilarejos próximos.

Em que pese a necessidade de apurar as circunstâncias do confronto, cumpre dizer que nenhuma das partes demonstra disposição genuína para buscar um nível mínimo de convivência.

O obstáculo mais evidente reside no radicalismo do grupo no comando de Gaza, que não reconhece o direito de Israel existir —pior, não raro seus líderes pregam a destruição do Estado vizinho.

Ainda que se levem em conta restrições impostas pelas autoridades israelenses à entrada de produtos no território, a ineficiência e a corrupção do governo local explicam em boa medida o desemprego acima de 40% e as interrupções nos serviços de água e energia.

Posto tal cenário, o Hamas recorre com frequência ao expediente de incitar a população contra o inimigo externo para desviar o foco dos problemas internos. 

O círculo vicioso se completa quando o governo do outro lado atribui ao temor de ataques sua posição resistente, quando não desdenhosa, a buscar o diálogo.

Um ícone dessa retórica dentro do gabinete do premiê Binyamin Netanyahu é o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. Ao rejeitar pedidos da comunidade internacional para abrir investigação interna sobre episódio na fronteira, disse que a manifestação palestina “não foi o festival de Woodstock”.

Por mais distante que se encontre esse cenário, a melhor solução para a questão israelo-palestina continua a ser a via de dois Estados soberanos —contanto, claro, que ambos aceitem coexistir.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas