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Alunos do RenovaBR

Um debate necessário

Sem liberdade de expressão, o que nos resta é autocracia

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Somos parte dos alunos do RenovaBR que realizaram as manifestações de “Marielle, presente!” e “Lula livre!” na formatura ocorrida em 7 de dezembro último. O RenovaBR se apresenta como uma escola suprapartidária e democrática, razão pela qual participamos da seleção, e foi desta forma que se comportou durante todo o curso. 

A democracia exige coragem, como endossou a escola, e a coragem pressupõe exposição. Ali nos expusemos como defensores de uma democracia jovem, que padece sob duros ataques. Estávamos em uma formatura, de uma escola, em uma democracia. Fizemos uma manifestação política, legítima e perfeitamente compreensível —e isso em nada desabona a nossa conduta ou nosso caráter.

Cerimônia de formatura dos alunos do RenovaBR, na Sala São Paulo - Divulgação

 Escola é lugar de tensionamento, é zona de desconforto. Nesse organismo vivo e plural, alunos e professores diuturnamente precisam se irmanar na defesa de princípios éticos e democráticos. É lugar da construção de saberes dialeticamente estabelecidos. E, por isso mesmo, um dos campos mais férteis para o exercício da democracia, porque a democracia não se efetiva sozinha, ela não pode ser uma palavra, ela precisa ser uma vivência! 

Escola não existe sem democracia, que, por sua vez, só existe com o viés constitucional do pluripartidarismo. Democracia pressupõe o direito de se insurgir diante de decisões consideradas injustas prolatadas por qualquer autoridade. Pressupõe pagar o preço de viver em um país desigual, violento e racista. Democracia exige a coragem de dizer que não seremos interrompidos, assim como tentaram com Marielle, que ecoou por nossas vozes durante a formatura!

É fundamental lutar pela preservação de todas as liberdades; a liberdade de expressão é uma delas. Para que todos possam se manifestar da maneira que julguem adequada, com máscaras, com caras pintadas, bradando livremente as pautas que traduzem as suas crenças.

Democracia não é lema de bandeira de ideal positivista, nem anulação das diferenças. É colorida, balbúrdia. Nunca barbárie. É carnaval. Democracia é a vivência com e para o outro. Antidemocrático é o hermético, sincronizado, a censura. O sonho de organizar as multidões é tão antigo quanto autoritário.

Nossa democracia só encontra sentido na vivência do cotidiano de 200 milhões de brasileiros. Qualquer um que queira tutelar seus limites, de forma unívoca, corre o risco de se tornar um déspota nu. Saudemos nossa Constituição e sua corajosa defesa das liberdades civis. Que ela seja o farol a nos guiar na construção de um país democraticamente diverso.

Por fim, se queremos todos viver em uma democracia, precisamos lutar por ela. Combater a liberdade não é uma opção. Sem liberdade de manifestação, o que nos resta é autocracia, ditadura, uma página tormentosa de nossa história. Se não queremos viver em um regime que cerceia a liberdade, não podemos contribuir de nenhuma maneira para que ele se instale.

Hoje já é outro dia! Viva a democracia!

André Marangone, analista de TI

Edna Maia, historiadora

Fabíola Baani, comerciante

Jonatas Sodré, engenheiro sanitarista

Josevan Barbosa, engenheiro florestal

Raphael Santana, advogado

Sheila Piancó, gestora cultural

​Thaís Lopes, publicitária

Cassiano Nolasco, sindicalista

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