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Delírios de um tresloucado

Despreparado, chanceler Araújo se dedica a estultices a respeito do coronavírus

O chanceler Ernesto Araújo - Luis Echeverria/Reuters

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No momento em que o país enfrenta uma conjunção de crises nas frentes política, econômica e sanitária, os comentários do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre relações entre o coronavírus e o comunismo apenas sublinham o caráter tresloucado dos mentores do silabário ideológico do governo de Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira (22), o chanceler expressou a ideia de que a pandemia, que já contaminou milhões e tirou a vida de milhares em diversos países, estaria conectada a um “projeto globalista”, considerado, em sua visão exótica, o “novo caminho do comunismo”.

Em seu blog pessoal, o ministro afirmou que o referido projeto já vinha sendo implementado por meio do que chama de “alarmismo climático”, bem como “da ideologia de gênero, do dogmatismo politicamente correto, do imigracionismo, do racialismo (...), do antinacionalismo e do cientificismo”.

Embora Araújo não mencione, sua cartilha tenta se impor, o quanto possível, em plano internacional, sob a liderança, entre outros, do ideólogo norte-americano Steve Bannon, um dos articuladores da vitoriosa candidatura de Donald Trump ao governo de seu país.

Ex-assessor e estrategista da Casa Branca, cargo do qual foi exonerado ainda no início do mandato de Trump, Bannon é figura central da “alt-right” (direita alternativa), designação sob a qual se abrigam políticos populistas autoritários e militantes do conservadorismo tosco que encontrou, entre nós, sua expressão no bolsonarismo.

O ministro brasileiro, que não perde oportunidade de alardear suas chorumelas doutrinárias, considera que a atual pandemia é instrumentalizada por forças, sabe-se lá quais, interessadas em propagar ideias e práticas comunistas em escala planetária.

Sentindo-se provavelmente imaginoso, Araújo cunhou o infame trocadilho “comunavírus” em seu esforço de ideologizar as reações para conter o processo de contaminação em diversos países.

Como seria de imaginar, a Organização Mundial de Saúde (OMS) seria, em sua visão, ferramenta global para a “construção da solidariedade comunista planetária”.

Em meio a devaneios dessa ordem, o chanceler firma-se como um dos quadros mais despreparados que já passaram pela pasta. No que deveria ser sua tarefa essencial, limita-se a uma política externa guiada pelo objetivo primordial de bajular o governo americano.

editoriais@grupofolha.com.br

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