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Repique paulista

Aumento das internações por Covid-19 ocorre em momento particularmente delicado

UTI do Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, que foi construído com estrutura equipada para atender, exclusivamente, os casos da Covid-19 durante a pandemia - Adriano Vizoni/Folhapress

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São inquietantes os indicadores recentes da evolução da Covid-19 no estado de São Paulo. Como um avião que arremete por não encontrar boas condições de pouso, o número de internações provocadas pela doença voltou a subir nas redes pública e privada após ter passado por período de queda sustentada.

De acordo com o Info Tracker, sistema de monitoramento desenvolvido por pesquisadores da USP e da Unesp, os hospitais municipais da capital tiveram, de 7 a 13 de novembro, elevação de 9% nas internações. Na Baixada Santista, o aumento foi de 23%, e na região norte da Grande São Paulo, de 37%.

Ademais, ao menos seis instituições particulares paulistanas registraram, em diferentes proporções, alta das hospitalizações no início de novembro. No estado, segundo dados oficiais, a média diária de internações em razão da doença cresceu quase 18% na última semana, passando de 859 para 1.009.

Embora seja prematuro falar em nova onda de Covid-19, o repique da enfermidade preocupa por ocorrer num momento particularmente sensível do sistema de saúde.

De um lado, os leitos públicos estaduais destinados aos acometidos pelo Sars-CoV-2 têm sido desativados. De outro, a rede privada registra grande ocupação de pacientes de outros males que haviam adiado cirurgias e diferentes procedimentos no auge da epidemia.

A causa mais provável do fenômeno é o relaxamento das medidas preventivas —isolamento, uso de máscaras e distanciamento físico— por parte da população.

Um comportamento mais permissivo pode ser explicado pela desinformação; em boa medida, entretanto, algum relaxamento de regras e condutas, depois de tanto tempo, seria inexorável.

Desde meados de outubro, regiões em que residem 76% dos paulistas passaram à fase verde do plano que define os estágios para a volta do comércio e de outros serviços. Penúltima etapa das restrições, ela permite a reabertura controlada de quase todas as atividades, inclusive cinemas e teatros.

Não à toa, o governo estadual, que inicialmente negou o recrudescimento da epidemia, logo mudou o discurso e corretamente suspendeu a passagem de novas áreas a essa fase, prevista para esta semana.

O quadro atual gera ainda mais apreensão devido à chegada das festas de fim de ano, quando os deslocamentos e reuniões familiares podem vir a ocasionar novos surtos. Já se tem notícia, inclusive, de grandes festas programadas para ocorrer no litoral.

Não é o momento de abandonar os cuidados. Da população, espera-se responsabilidade e compreensão do momento atípico vivido; das autoridades, vigilância e firmeza, além de uma atitude previdente.

editoriais@grupofolha.com.br

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