A água nos une
No Dia Mundial da Água, que seja um instrumento de cidadania e inclusão
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O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU para marcar a importância desse recurso natural para a vida no planeta e para incentivar esforços globais visando a sua disponibilização para todos.
Mais da metade da população do mundo ainda vive sem água tratada disponível, e este é provavelmente o principal fator de desigualdade social e econômica. Uma desigualdade não apenas entre nações, mas dentro dos próprios países, entre gêneros, raças, níveis de escolaridade e locais de moradia.
Olhando mais de perto a nossa realidade, basta ver como as áreas de habitação informal são afetadas no Brasil com a falta de água. Isso atinge mais mulheres negras e de baixa escolaridade, dificultando seu acesso e o dos seus filhos a oportunidades, num ciclo perverso de desigualdade de exclusão. O novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, traz avanços nesse aspecto, já que antes as companhias de saneamento tinham muitos entraves legais para atuar em áreas informais.
A Sabesp, mesmo antes disso, já vinha realizando ações nessas áreas e agora podemos ampliar nossos esforços. O Programa Água Legal, por exemplo, já atende mais de meio milhão de pessoas em áreas informais na Grande São Paulo, e estamos levando essas ações agora também para o litoral. Devemos atingir 850 mil pessoas até 2023.
Vale lembrar que não é algo simples, já que o abastecimento de água está vinculado diretamente a questões como a estrutura de urbanização e a habitação. Mas é possível, com a união de esforços da sociedade, envolvendo os vários entes federativos, empresas e terceiro setor, melhorar essas condições e levar água a todos.
Em outra frente, durante a pandemia, instalamos mais de 600 pias comunitárias em locais estratégicos, principalmente em áreas informais ou frequentadas por moradores de rua, para que as pessoas pudessem fazer a sua higiene pessoal. Entre março e setembro de 2020 suspendemos a cobrança da conta de água da população cadastrada na tarifa social, beneficiando cerca de 2,5 milhões de pessoas, e entregamos quase 7.000 caixas-d’água para moradias carentes.
Vemos a água como fator de cidadania e um instrumento de inclusão e democratização. Somos todos diferentes, de alguma forma, mas muitas coisas nos igualam e nos unem. E uma dessas coisas é, sem dúvida, a água. Afinal, somos todos feitos de cerca de 70% de água e não vivemos mais do que alguns dias sem ela.
Em um momento de tantas discussões acirradas, onde qualquer tema de debate parece levar a polarizações em distâncias intransponíveis, seria bom nos lembrarmos todos disso. Somos basicamente água e, como ela, deveríamos aprender a lidar melhor com as nossas divergências.
Porque todas as águas se juntam nos fundos de vale, viram rios e caminham unidas em direção ao mar. Assim, o que nos une é fundamentalmente mais forte do que o que nos separa quando conseguimos enxergar o verdadeiro objetivo maior: o bem-estar de todos.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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