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O risco ômicron

Nova cepa evidencia mais uma vez que as vacinas devem chegar a todo o mundo

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Profissional da saúde aplica vacina contra a Covid em trem adaptado para posto móvel de aplicação de imunizantes, na África do Sul - Yeshiel/Xinhua

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A despeito do compreensível alvoroço provocado pela nova cepa do Sars-CoV-2, batizada de ômicron, são ainda numerosas as incógnitas que a cercam. As preocupações com a variante, com casos já registrados em cinco continentes e, desde esta terça-feira (20), também no Brasil, derivam de sua quantidade de mutações.

Teme-se, em particular, que as mais de 40 alterações detectadas em sua proteína S —espécie de chave que o patógeno utiliza para adentrar as células do corpo humano— faça com que os anticorpos gerados por infecções pretéritas ou pela vacinação não sejam eficientes para combatê-la.

Mas as respostas definitivas a respeito não só do nível de proteção conferido pelos imunizantes existentes como também da transmissibilidade da nova cepa e da gravidade da doença gerada por ela devem demorar dias ou semanas.

Os potenciais riscos apresentados pela ômicron, no entanto, foram suficientes para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificasse como uma variante de preocupação, colocando-a, dessa maneira, na mesma prateleira ocupada pelas outras quatro cepas do coronavírus (alfa, beta, gama e delta) que provocaram estragos ao longo da pandemia.

Na segunda (29), um documento técnico da OMS avaliou como "muito alto" o risco global de novos surtos causados pela variante.

O clima de alerta foi compartilhado também pelos ministros da saúde do grupo de países ricos do G7. Numa reunião de emergência realizada na mesma segunda, eles afirmaram que a nova variante requer ações urgentes.

A mais importante delas talvez seja garantir que todas as populações tenham acesso às vacinas, que, além de proteger, evitam o surgimento de mais cepas perigosas. Diante disso, o G7 se comprometeu a fornecer assistência operacional às nações mais pobres e a cumprir os compromissos de doações de imunizantes.

Tais promessas, contudo, não só estão aquém do necessário para promover uma ampla imunização mundial como ainda estão longe de se materializar efetivamente.

Até o momento, segundo a OMS, mais de 80% das vacinas produzidas foram destinadas aos países do G20, enquanto as nações de baixa renda, muitas delas na África, receberam apenas 0,6%.

Reduzir essa desigualdade o quanto antes é, como se sabe, o meio mais eficiente para que todos, ricos e pobres, venham a estar realmente protegidos da Covid-19.

editoriais@grupofolha.com.br

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