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Crianças deportadas

Voo com 90 menores vindo dos EUA expõe política cruel de Biden para migrantes

Grupo de migrantes brasileiros cruza a fronteira dos EUA com México em Otay Mesa, no estado da Califórnia - Sandy Huffaker - 13.ago.21/AFP

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Na última quarta-feira (26), 90 menores de idade, incluindo crianças de até 10 anos, desembarcaram de um voo que partiu do estado americano do Arizona em direção ao aeroporto internacional Tancredo Neves em Confins (MG).

A viagem trouxe 211 brasileiros deportados dos Estados Unidos, a mostrar a face mais desumana da política migratória da maior potência mundial e levantar questões sobre as circunstâncias em que os jovens chegaram ao Brasil.

Até onde se pôde apurar, eles vieram acompanhados dos pais. Falta investigar, no entanto, se em algum desses casos pessoas se passaram por genitores para, de acordo com as regras migratórias dos EUA, responderem ao processo em liberdade ao se entregar às autoridades em solo americano.

Desde que se hospedou na Casa Branca, o democrata Joe Biden tem emulado as políticas migratórias de seu antecessor, Donald Trump, apesar de promessas de uma abordagem mais humanizada.

A esse respeito, recorde-se a cena grotesca em que agentes de fronteira dos EUA montados a cavalo usaram rédeas para intimidar migrantes haitianos no estado do Texas, em setembro do ano passado.

Biden não tem sido capaz de equacionar a legítima proteção fronteiriça com suas obrigações internacionais de ajuda humanitária. O episódio, apesar de condenado oficialmente pela Casa Branca, não foge do padrão de medidas agressivas recorrentes, entre elas deportações em larga escala.

As detenções na fronteira com o México atingiram o número mais alto da história no ano fiscal de 2021, encerrado em setembro, com mais de 1,7 milhão de migrantes. No recorde anterior, de 2000, contabilizou-se 1,64 milhão de detenções, cerca de 90 mil a menos.

O número de brasileiros cruzando a linha entre os países disparou. Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, a cifra teve salto de 700%, chegando a 56,9 mil cidadãos.

Brasil e Estados Unidos têm a obrigação de dar especial proteção a crianças em situação de vulnerabilidade, como é o caso dos menores de idade submetidos ao árduo e desumano processo de cruzar a fronteira americana.

Autoridades dos dois países devem cooperar para assegurar, de um lado, que haja acolhida humanitária adequada, e de outro, que os responsáveis por eventual tráfico sejam punidos no rigor da lei.

editoriais@grupofolha.com.br

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