Para que a diplomacia funcione, guerra de Putin deve parar
Brasil e o Reino Unido compartilham do desejo de encontrar um caminho possível para a paz
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Diante do ataque não provocado e atroz do Kremlin à Ucrânia, que agora dura um mês, a Europa atravessa sua maior crise de segurança desde a 2ª Guerra Mundial. No entanto, as graves consequências políticas e econômicas do ataque de Vladimir Putin já tomam proporções globais, afetando países em todos os lugares —incluindo o Brasil—, e democracias em todo o mundo observam o desenrolar dos acontecimentos com preocupação.
Desde o início da invasão, o Reino Unido tem ajudado a liderar um esforço global em apoio à Ucrânia. Com nações aliadas, estamos respondendo com firmeza à guerra escolhida por Putin contra o povo ucraniano, as regras do direito internacional e os direitos humanos. Não somente isso, mas seu descaso ao infligir sofrimento ao seu próprio povo, enviando jovens russos para a guerra e forçando seu país a viver em meio a dificuldades econômicas causadas por sanções e aumentos nos preços, repressão política e outras dificuldades trazidas por sua decisão destrutiva.
Em consequência disso, como visto em sucessivos depoimentos e votos na ONU, a resposta tem sido forte e inequívoca, mostrando que a comunidade internacional está empenhada em se impor contra esta guerra ilegal. Muitos países têm de fato demonstrado seus valores e posicionamentos, como é o caso tanto do Reino Unido quanto do Brasil, por exemplo, em esforços para receber refugiados ucranianos.
Porque acreditamos ser vital para a manutenção da soberania das democracias modernas que o ataque de Putin falhe e seja vista como um fracasso, o Reino Unido tem agido para aumentar a pressão sobre o Kremlin e garantir que Putin seja responsabilizado por seus atos. Entre outras coisas, nos comprometemos a fornecer mais de 400 milhões de libras em apoio econômico e ajuda humanitária. Sancionamos mais de 1000 indivíduos e organizações russas e enviamos suprimentos de armas defensivas, que têm ajudado as forças ucranianas na defesa de seus territórios. Concedemos mais de 18 mil vistos e estamos fazendo planos para receber muito mais, com 150 mil britânicos já inscritos para apoiar a vinda de um ucraniano em suas casas. Anunciamos nossa intenção de eliminar gradualmente o petróleo russo até o final do ano, aumentando a pressão sobre o Moscou, que tem 17% de sua receita tributária no petróleo.
Não podemos permitir a normalização do uso da guerra —em vez da diplomacia— para resolver divergências internacionais. Nosso objetivo não é nos opor a esta grande nação, membro fundador das Nações Unidas e membro permanente do Conselho de Segurança, mas assegurar que o direito de todos os países de decidir por seu próprio futuro, sem interferência externa ou medo de agressão, seja mantido.
O Brasil e o Reino Unido compartilham do desejo de encontrar um caminho que torne possível um acordo de paz. Isto foi expresso em várias ocasiões, inclusive em votações nas Nações Unidas e em uma reunião recente entre o primeiro-ministro Boris Johnson e o presidente Jair Bolsonaro. Mas, para que a diplomacia funcione, as tropas russas devem deixar a Ucrânia imediatamente. E a única maneira de conseguirmos isso é nos unindo para mostrar a Putin que seu ataque é inaceitável e deve cessar.
Em escala global, já estamos enfrentando uma nova crise de refugiados e o aumento dos preços do petróleo. Da mesma forma, é provável que a continuação da guerra aumente os preços do trigo, das importações de milho e de outros insumos, o que pode vir a afetar o agronegócio e as casas de milhões de brasileiros e brasileiras que consomem produtos baseados nestas commodities.
Como países democráticos, precisamos efetivamente condenar os atos ilegais de Putin a fim de evitar que o povo ucraniano continue a sofrer perdas humanas e materiais imensuráveis, assim como impedir que consequências ainda mais graves cheguem a outros países ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
Até que um cessar-fogo seja alcançado, o Reino Unido permanece firme em seu apoio humanitário, econômico e militar-defensivo à Ucrânia e sua sincera admiração pela força e determinação do povo ucraniano em defender seu direito de decidir o seu próprio futuro.
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