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Joaquim Leite

Eletrobras, a privatização verde

Contrapartida ambiental prevê R$ 6,7 bilhões em restauração de florestas

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Joaquim Leite

Ministro do Meio Ambiente

Após a aprovação da capitalização da Eletrobras pelo Tribunal de Contas da União, veremos a mais verde privatização da história, baseada em um modelo moderno, eficiente e ambientalmente inovador.

Gostaria de destacar dois importantes pontos que passaram despercebidos para a maioria dos brasileiros.

Primeiro, a contrapartida ambiental dessa capitalização será o maior projeto de restauração florestal de todos os tempos, com valor projetado de R$ 6,7 bilhões durante dez anos. Para dimensionar o tamanho do investimento, seria possível comprar 3,35 bilhões de de mudas de árvores. Considerando 2.500 mudas por hectare, estamos falando de 1 milhão de hectares de revitalização nas bacias do rio São Francisco e do rio Parnaíba e nas áreas de influência dos reservatórios de Furnas, além de ações no rio Madeira e no rio Tocantins, com foco prioritário nas nascentes. Garantiremos, assim, água para o futuro de todos —e especialmente agora para o semiárido, favorecido pela transposição do São Francisco.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em Brasília - Divulgação/Ministério Meio Ambiente

O segundo ponto deriva da crise de abastecimento de energia, do aumento dos preços e da necessidade de reduzir a dependência da Rússia para as importações de gás. Esse cenário consolida o aumento exponencial da demanda por energia —hidrogênio verde—, especialmente na Europa; uma oportunidade única para o Brasil, que tem hoje enorme potencial de produção excedente para exportação.

O hidrogênio verde é um combustível verdadeiramente livre de carbono e com potencial de produção a partir de diferentes fontes de energia renováveis, como eólica, solar, hidrelétrica e biomassa, entre outras.

O potencial de produção desse superávit de energia baseia-se em estudos do Banco Mundial, da Corporação Financeira Internacional (IFC) e do Ministério do Meio Ambiente em parceria com a União Europeia ("Realizando a Expansão Global das Eólicas Marinhas para Mercados Emergentes"), que apontam para um cenário promissor, da ordem de 700 ​GW —aproximadamente 50 Itaipus com cata-ventos no mar. É um pré-sal azul, ainda não explorado.

No entanto existe uma urgente necessidade de desenvolver um quadro institucional, legal e regulatório adequado, o que já está sendo atendido como pauta prioritária pelos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia.

Embora o potencial seja grande, as barreiras também são: aspectos tecnológicos, alto custo, desafios de transporte e armazenamento. Apenas com investimentos relevantes serão superados. Portanto, hoje, somente uma empresa supercapitalizada e com excelente corpo técnico poderá aproveitar a oportunidade de descarbonização global que o hidrogênio verde apresenta.

A capitalização da Eletrobras chega em boa hora. As análises preliminares calculam a necessidade de investimentos da ordem de US$ 200 bilhões em energia eólica e US$ 100 bilhões em hidrogênio verde para os próximos anos. Incentivar e participar dos investimentos privados e fomentar a estruturação de uma cadeia de energia totalmente limpa, a eólica marinha integrada com o hidrogênio verde, é uma enorme oportunidade.

O governo federal atua para empreender soluções climáticas lucrativas como esta: lucro para os desenvolvedores de projetos, para as pessoas e para a natureza.

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