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Governo da Colômbia ousa em reforma tributária e entendimento com a Venezuela

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, discursa durante evento em Bogotá - Juan Barreto/AFP

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Os primeiros dois meses de governo do esquerdista Gustavo Petro na Colômbia, a se completarem nos próximos dias, vêm mostrando um presidente de índole pragmática e capacidade de negociação com o Congresso, mas que já começa a enfrentar protestos nas ruas.

Convocados por políticos da oposição, milhares de manifestantes se reuniram nesta semana na capital, Bogotá, e em outras grandes cidades do país em repúdio à plataforma reformista proposta pelo novo mandatário —e, em especial, ao projeto de reforma tributária, o primeiro item de sua agenda.

A proposta, apresentada logo após a posse de Petro, busca arrecadar US$ 5,6 bilhões já no próximo ano com o objetivo de financiar políticas de combate à pobreza.

Para tanto, prevê, entre outras medidas, aumentar os impostos sobre os contribuintes que ganham mais de US$ 2.259 por mês (aproximadamente dez vezes o salário mínimo do país), bem como elevar a taxação incidente sobre carvão, petróleo e ouro exportados.

Mostrando abertura ao diálogo, Petro se reuniu, no dia seguinte às marchas, com o ex-presidente Álvaro Uribe, líder da oposição. A disposição de negociar tem rendido frutos ao mandatário, e permitiu que ele construísse uma ampla coalizão de apoio no Parlamento, crucial para concretizar suas propostas. A aprovação popular também segue alta, na casa dos 60%.

No mesmo dia em que os colombianos protestavam, o presidente estava na divisa com a Venezuela, para a cerimônia de reabertura oficial da fronteira terrestre de mais de 2.000 km entre os dois vizinhos, fechada havia três anos em razão de disputas políticas.

Embora a medida deva aumentar o comércio bilateral e facilitar o trânsito dos habitantes da fronteira, Petro avança com cautela nesse terreno espinhoso, pois não são pequenos os custos políticos internos de uma aproximação maior com a ditadura chavista.

O presidente, no entanto, sabe que precisa da ajuda de Caracas para estabelecer um acordo com a última guerrilha em atividade no país, o Exército de Libertação Nacional, que mantém relações próximas com o chavismo, e colocar em prática seu plano de paz.

Se conseguir navegar por esses obstáculos, Petro pode —num contexto em que os governos de Peru, Argentina e Chile sofrem com crises e alta rejeição— firmar-se como uma referência importante para a esquerda no continente.

editoriai@grupofolha.com.br

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