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Randolfe Rodrigues

Pela democracia no bicentenário da Independência

Comemorá-lo é dizer não à apropriação de símbolos de lutas nacionais

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Randolfe Rodrigues

Senador da República (Rede-AP), é presidente da Comissão Especial Curadora do Senado para o Bicentenário da Independência

O momento histórico de celebração dos 200 anos da Independência ocorre em clima de tensão instalado no Brasil diante da possibilidade de discursos e ações golpistas durante os atos desta quarta (7). É necessário repelir energicamente aqueles que tentem usar da ocasião para alçar a bandeira do autoritarismo, com ameaças às eleições e ataques aos Poderes. Mas o momento de independência não pode, em hipótese alguma, ser ignorado por aqueles que defendem a democracia.

A independência brasileira está alicerçada em lutas que não cessaram com a sua declaração, em 1822, muito menos com a assinatura do tratado de reconhecimento da Independência, em 1825. Algumas delas, inclusive, estão traduzidas em panfletos reunidos no livro "Vozes do Brasil". Eram manifestos escritos de forma direta numa estrutura sem sofisticação, mas que representavam o que precisamos lembrar hoje: a coletividade.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ao lado de apoiadores em cima de um carro de som na avenida Paulista durante protesto no 7 de Setembro - Danilo Verpa - 7.set.2021/Folhapress

Não tratamos aqui do conceito de coletividade distorcido nas cores verde e amarelo e falas antidemocráticas. A escalada do autoritarismo transformou o chefe de Estado numa fonte oficial e com voz em ambientes sociais. E fontes oficiais, como pontua o pesquisador Aldo Antonio Schmitz, podem falsear a realidade para preservar os ideais de um grupo político. Assim, infelizmente, ocorre no Brasil.

A Independência brasileira também se moldou em pensamentos, inquietações espalhadas em vozes que expunham seus questionamentos em praça pública.

O espaço público de debate tem de ser ocupado!

Se a bandeira democrática for esquecida por aqueles que a respeitam, ela não deixará de existir. Será tomada por outros setores, e seu símbolo será ressignificado, estratégia presente no cerne da intolerância e que tenta ganhar cada vez mais forma no país.

Por isso, é indispensável que frentes democráticas comemorem o bicentenário. A exemplo do passado, deve-se pensar num ideal em comum, naquilo que favoreceu o todo e, numa longa jornada, nos trouxe à atualidade. Comemorar o bicentenário é combater o individualismo, o ódio e egoísmos contidos nele. É dizer não à apropriação de símbolos de lutas nacionais.

Reconhecer os triunfos da história brasileira, a força de pequenas e grandes manifestações políticas, é saber usar o passado para estruturar um futuro. E mais! É dizer a todas as esferas que o ontem jamais será esquecido, pois dele vem as lembranças do que não se deve repetir.

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