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Jogos para todo mundo

Abertura das Olimpíadas dá recado ao exaltar vantagens de uma sociedade diversa

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Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, com a Torre Eiffel ao fundo - Frrançois-Xavier Marit - 26.jul.24/Reuters

Uma cerimônia repleta de ineditismos marcou a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Realizada pela primeira vez fora de um estádio, a 33ª edição da competição reuniu mais de 300 mil pessoas às margens do rio Sena e de outros icônicos pontos da capital francesa

Espetáculos artísticos variados tomaram por palco os símbolos históricos da cidade-luz e se intercalaram com o tradicional desfile das delegações —que, desta vez, ocorreu não a pé, mas num inovador passeio de barco.

Ao longo de quatro horas e em cada um de seus detalhes, o evento ressaltou valores olímpicos como amizade, excelência e respeito, sintetizados nas reiteradas e explícitas referências à diversidade.

Exaltaram-se não só os benefícios de um país multicultural mas também as vantagens de uma sociedade que se propõe a abraçar todas as diferenças e incluir os desiguais —o que não é pouca coisa em uma Europa que assiste ao avanço do discurso anti-imigração.

Primeira cidade a sediar os Jogos pela terceira vez, Paris soube explorar seus cartões-postais para garantir a beleza única da abertura e, não contente, valeu-se de recursos televisivos voltados ao entretenimento dos milhões de espectadores ao redor do planeta inteiro.

Foi, de fato, uma lufada de encantamento que deixou em último lugar as preocupações e notícias que costumam permear os grandes eventos esportivos. Receios quanto ao terrorismo acompanharam os preparativos, enquanto a sabotagem do sistema ferroviário lembrou que a operação logística transcorre sobre gelo fino.

Nada disso, felizmente, turvou a beleza das atrações ou amainou os ideais de congraçamento e espírito esportivo. Com os desafios superados, Paris atingiu o objetivo comum a todo anfitrião olímpico: projetar a própria imagem para o mundo, num jogo que extrapola os limites das arenas esportivas.

A cerimônia de abertura, com toda sua ousadia, mostrou o potencial das Olimpíadas. A delegação brasileira precisa mostrar o seu. A despeito de polêmicas laterais como a dos uniformes, nossos atletas têm condições de brigar por medalhas em várias modalidades.

editoriais@grupofolha.com.br

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