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Cidade ineficiente

Programa de segurança no Rio não consegue conter criminalidade e abuso policial

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Policias fazem ronda na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro - Tércio Teixeira/Folhapress

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Toda política pública deve se basear em evidências, ter objetivos claros e produzir resultados mensuráveis que vão além de slogans eleitoreiros. Após um ano, o programa Cidade Integrada, vitrine do governo fluminense de Cláudio Castro (PL), não ostenta tais qualidades.

Buscando criar uma marca própria, o governador reeleito no ano passado prometeu expandir a ocupação policial para regiões de grande "clamor popular", segundo suas palavras. Cantagalo, Pavão-Pavãozinho e Cesarão —maior conjunto habitacional da América Latina— estão nos planos. Entretanto não se apresentou nenhum critério técnico para as escolhas.

Castro anunciou o Cidade Integrada como uma estratégia diferente das finadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e afirmou que não se trataria de mais um "programa para enxugar gelo"

No entanto sua implementação passou despercebida por mais da metade da população. Em abril do ano passado, quatro meses após o início do projeto, 59% dos cariocas afirmaram ao Datafolha que desconheciam o programa.

Até agora, o plano do governo não diminuiu a letalidade policial —o mínimo esperado de estratégias para segurança pública.

Na verdade, o estado registrou recordes de massacres policiais no último ano. Somente 1% dos moradores do Jacarezinho, uma das comunidades atendidas, defendem sua continuidade nos moldes atuais —em 2021, 28 pessoas foram mortas na região durante a operação mais letal da cidade.

Tampouco se conteve a criminalidade. Homicídios, roubos e furtos cresceram, enquanto abusos da PM, como invasão de casas, são denunciados por moradores.

De um lado, agentes reclamam de falta de estrutura. Do outro, investigação do Ministério Público fluminense expõe relações espúrias entre milícias, narcotráfico e funcionários do programa —alguns deles estão listados na "folha de pagamento secreta" do Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj).

O governo elenca uma série de ações, que vão desde cursos profissionalizantes até reforma de escolas. Mas a realidade é que os índices de segurança não melhoraram e a população reclama da atuação da Polícia Miliar.

Esse é o problema quando políticas públicas são usadas como marketing eleitoreiro em vez de servirem às demandas da população.

editoriais@grupofolha.com.br

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