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Novo pacote argentino tenta amenizar resultados de política econômica insensata

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Manifestantes acampados em frente à Casa Rosada protestam contra a alta inflação argentina, em Buenos Aires - Emiliano Lasalvia / AFP

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Alta na taxa de juros para 97% ao ano, intervenções no mercado de câmbio e aumento em benefícios sociais.

Essas são algumas medidas do novo pacote do governo argentino para conter impactos sociais da inflação, estabilizar o valor do peso e dar uma resposta ao rápido agravamento da conjuntura econômica, que ocorre a poucos meses da eleição presidencial.

À dramática escassez de divisas e aos preços em disparada somou-se o choque da seca na produção da grãos. Os números impressionam, com retração de 45% na colheita de soja e 50% na do milho.

O impacto para a economia se revela, além da perda direta de renda em setor tão importante, no aumento do déficit público e na piora da disponibilidade de dólares, a ponto de praticamente zerar as já parcas reservas do país e forçar o governo à busca desesperada por novas fontes de financiamento.

É nesse contexto que surgem tratativas em torno de crédito brasileiro para o comércio exterior, por ora inconclusas, e de trocas com a China na moeda do país asiático.

O objetivo é preservar o acesso à única fonte remanescente de divisas para Buenos Aires. O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de liberar a quarta rodada de crédito, mais US$ 5,4 bilhões, totalizando US$ 28,9 bilhões como parte do acordo fechado em 2022.

A contrapartida à nova liberação é que o país continue a implementar o programa de ajuste, que em 2023 prevê redução de gastos como subsídios de energia, para diminuir o déficit público e seu financiamento por emissão de moeda.

Ademais, buscam-se garantir juros acima da inflação de modo a não espantar o que resta de crédito doméstico e salvaguardar as reservas obtidas recentemente com vedações a novas intervenções no mercado paralelo de câmbio.

Mesmo com o novo auxílio do FMI, contudo, o quadro para este ano é de recessão, com queda do PIB de 2% a 3%, segundo estimativas do setor privado —uma virada em relação ao crescimento de 5,4% observado em 2022.

Com recessão, queda de receitas do governo, falta de dólares, inflação acima de 100% e em aceleração, é difícil enxergar qualquer alívio na conjuntura argentina.

Não à toa há esforços crescentes por parte do governo brasileiro para ajudar seu aliado ideológico. A percepção é que a crise deve se agravar e favorecer candidatos à direita, como aliás já se observa em outros países sul-americanos.

editoriais@grupofolha.com.br

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