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Racistas x futebol

Dirigentes não deveriam esperar o Estado para banir atos criminosos dos estádios

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Vinicius Junior aponta para torcedores que proferiam xingamentos racistas, em Valência (Espanha) - Jose Jordan/AFP

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O brasileiro Vinicius Junior, jogador do Real Madrid, voltou a ser alvo de ofensas de cunho racial em um estádio de futebol da Espanha. Desta vez, espera-se que a comoção em torno do episódio vergonhoso gere consequências mais palpáveis.

Vini Jr., como é conhecido, foi hostilizado por torcedores do adversário Valencia, que, aos gritos, o chamavam de "macaco" —a ponto de o locutor do estádio pedir que os insultos parassem. O brasileiro denunciou um dos agressores ao juiz da partida e, em seguida, acabou sendo expulso após uma briga entre os atletas em campo.

Um levantamento publicado pela BBC Brasil contou 10 casos do tipo contra o jogador do Real Madrid desde 2021, dos quais 6 neste ano.

Para além da torpeza nos estádios, em janeiro, antes de um embate contra o arquirrival Atlético de Madrid, um boneco negro com o uniforme de Vini foi pendurado pelo pescoço na capital espanhola.

Tratando-se de uma estrela global do esporte, é natural que haja maior repercussão em torno de tais episódios —que nem de longe são raros nos diversos torneios europeus, os mais nobres do futebol atual e assistidos em todo o mundo. A resposta a essas infâmias, porém, não tem ido muito além da repulsa da opinião pública.

Há leis nacionais, obviamente, que criminalizam diferentes manifestações de racismo. Existem também regulamentos esportivos que permitem punir condutas inaceitáveis. O Código Disciplinar da Fifa, para citar só uma referência, busca coibir discriminação em razão de cor, etnia, origem social, gênero, orientação sexual etc.

Os organizadores e atores do futebol não deveriam aguardar a ação das autoridades de Estado para tomar providências. É salutar, nesse sentido, que o Valencia tenha anunciado que já começou a identificar os energúmenos responsáveis pelas ofensas a Vini e que pretende proibir a entrada deles em seu estádio.

É fato conhecido que há quem frequente as arenas para dar vazão a seus preconceitos e sua agressividade, numa ameaça para a coletividade. A Inglaterra, que hoje abriga o campeonato mais valorizado do planeta, conduziu nas últimas décadas uma política rigorosa, nas esferas pública e privada, para banir a violência de torcedores.

Guardadas as proporções, o exemplo deveria inspirar poder público, clubes e dirigentes a abandonarem a negligência covarde diante de atos criminosos.

editoriais@grupofolha.com.br

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