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Um novo ciclo?

Mundo oferece boa perspectiva para exportações, mas não como duas décadas atrás

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Navio é carregado com contêineres no porto de Santos (SP) - Nelson Almeida/AFP

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Com o saldo comercial de US$ 11,4 bilhões obtido em maio, um recorde para o mês, e da boa perspectiva para as exportações, é oportuno avaliar se o país está diante de um novo ciclo externo positivo.

Os números recentes impressionam. Neste ano, em valores acumulados até maio, o país exportou US$ 136 bilhões, quase 4% acima do verificado em igual período de 2022. O dado principal a observar é a expansão de 9,6% na quantidade exportada, que compensou a queda de 5,1% nos preços.

As vendas de soja, que sozinha representou 19,5% da pauta, atingiram US$ 26,5 bilhões, 14% a mais em quantidade e 9,6% em valor.

Fenômeno parecido se repete no setor extrativo mineral, com embarques de US$ 29,5 bilhões, apenas 1,1% acima de 2022. Neste caso, houve ampliação de 23,4% no volume exportado e queda quase correspondente nos preços.

Em contraste, a venda de manufaturados cresceu 2,9%, para U$ 71 bilhões, com preços estáveis.
A China continua ampliando sua participação no destino das exportações brasileiras, que chegou a 30,5%, mais que o dobro da Europa e o triplo dos Estados Unidos.

Os dados sugerem que novamente as matérias-primas terão papel essencial no setor, como foi no ciclo da década 2001-10, mas agora não se devem esperar grandes aumentos de preços como antes.
Mesmo assim, o país tem posição privilegiada em vários aspectos, que precisam ser aproveitados.

No caso do agronegócio, mudou o patamar da produção. Mesmo que a grande safra deste ano —próxima a 315 milhões de toneladas de grãos— não seja repetida em 2024, o contínuo avanço da produtividade sugere que a nova base deverá se sustentar e crescer.

Padrão similar ocorre na produção de petróleo, que deve se ampliar em ao menos 50% nesta década.
Dado o contexto geopolítico de competição mais acirrada por recursos naturais, poucos podem desempenhar o papel brasileiro, de exportador diversificado.

Mais ainda, se houver sucesso na reforma dos impostos indiretos e for concluído o acordo de comércio entre Mercosul e União Europeia, o país poderá se firmar também como porto atrativo de investimentos. A pauta ambiental completa o rol de possibilidades.

A mudança nas perspectivas externas é um dos fatores que podem melhorar a nota de crédito brasileira, como destacou a agência de risco S&P a elevar de neutra para positiva a perspectiva do país.

Entretanto não se vislumbra uma repetição da bonança dos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aproveitar a oportunidade agora demandará política econômica consistente e fortalecimento institucional.

editoriais@grupofolha.com.br

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