Siga a folha

Descrição de chapéu
O que a Folha pensa inflação

Meta mantida

CMN acerta ao abandonar ideia, aventada por Lula, de inflação mais alta em 2026

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda - Pedro Ladeira - 27.abr.23/Folhapress

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Foram corretas as deliberações do Conselho Monetário Nacional sobre o sistema de metas de inflação, que baliza a política monetária.

Ao afastar pressões pela adoção de caminhos fáceis, o CMN fixou em 3% a meta para 2026, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. São os mesmos parâmetros já vigentes para os próximos dois anos.

A única alteração aprovada foi aperfeiçoar o período de verificação do cumprimento da meta.

Em vez da regra atual que fixa a referência no ano-calendário (de janeiro a dezembro), válida desde o advento do sistema em 1999, a partir de 2025 o horizonte será contínuo —a trajetória da inflação será acompanhada em janelas móveis de 12 meses que não se encerram em 31 de dezembro de cada ano

Ademais, a autoridade monetária ainda precisa enviar uma carta ao ministro da Fazenda, caso a inflação não alcance a meta. Falta apenas determinar se o BC enviará o documento ao final do ano, como ocorre agora, ou se uma nova periodicidade será adotada.

Pode-se dizer que a decisão do CMN foi a melhor que se poderia esperar, na medida em que fortalece a institucionalidade do sistema e não afronta a autonomia do BC.

Louve-se não ter havido mudança nas metas de 2024 e 2025, definidas no governo anterior. A continuidade da gestão técnica e o respeito a decisões de Estado é fundamental para a credibilidade do regime.

Também houve acerto ao não elevar a meta para 2026, a despeito de cobranças até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seria péssimo render-se à retórica oportunista, embora seja pertinente um debate sereno a respeito da meta mais adequada para o país.

Fazê-lo no calor de disputas políticas e num momento em que a inflação ainda está distante do desejado seria contraproducente, uma vez que elevaria expectativas inflacionárias, dificultando a queda sustentável dos juros.

A deliberação do CMN afasta o fantasma da aventura na política monetária e gera impacto positivo no mercado financeiro. Na sexta (30), dia seguinte à decisão, os juros de médio e longo prazo recuaram e houve valorização do real.

É provável que as expectativas para a inflação continuem a cair, última condição necessária para que tenha início já em agosto um ciclo de cortes na taxa Selic. Mais um testemunho de que seriedade e sensatez nas decisões econômicas costumam trazer bons resultados.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas