Siga a folha

Descrição de chapéu
O que a Folha pensa Governo Lula

Conclusão da reforma tributária preocupa

Passados 90 dias desde a promulgação da emenda, não há sinal de projeto do governo ou das principais forças políticas

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Arthur Lira (PP-AL), presidende da Câmara dos Deputados, e parlamentares durante aprovação final da reforma tributária, em Brasília (DF) - Lula Marques - 15.dez.23/Agência Brasil

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A aprovação da emenda constitucional da reforma tributária foi justamente celebrada como um feito histórico no ano passado. Entretanto é necessário lembrar que, sem uma regulamentação politicamente difícil, o novo sistema de impostos não sairá do papel —e o andamento desse processo suscita preocupações agora.

O Congresso promulgou a mudança na Carta em 20 de dezembro de 2023. O texto abre caminho para que a tributação do consumo de bens e serviços, excessiva e socialmente injusta no Brasil, torne-se ao menos mais simples e eficiente economicamente.

Passados 90 dias, porém, nada andou. Inexiste projeto do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou proposta acordada entre as principais forças políticas do país, para colocar em prática a reforma. Sem isso, tudo fica como está.

O Brasil, como se sabe, submete seus contribuintes a um dos modelos de taxação do consumo mais complexos do mundo, se não o mais. Há hoje nada menos que cinco grandes tributos incidentes sobre a venda de mercadorias e serviços, nos três níveis de governo: Cofins, PIS e IPI, federais, ICMS, estadual, e ISS, municipal.

Esse arranjo esdrúxulo resulta num labirinto de alíquotas, que mudam conforme o produto e a região, de regras, exceções e regimes especiais —para nem falar em preços exagerados, empresas que se instalam em locais inadequados e obstáculos aos investimentos.

A reforma institui apenas um grande tributo sobre bens e serviços, compartilhado entre o governo federal e os entes regionais, além de um imposto seletivo sobre artigos prejudiciais à saúde e ao ambiente. A arrecadação deve permanecer a mesma para todos.

Para os desavisados, pode parecer simples, mas a tarefa é hercúlea. Lobbies empresariais e políticos estão organizados para manter privilégios hoje existentes, e estados e municípios disputarão vantagens em suas receitas. Se todos forem bem-sucedidos, o sistema tributário continuará caótico.

O governo Lula, ao qual deveria caber a missão de negociar os termos da mudança, dá seguidas mostras de falta de planos e de capacidade de articulação política em um Congresso pouco amigável.

É o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quem está insistindo para apressar a discussão da regulamentação, dados os prazos exíguos de tramitação em um ano de eleições municipais.

Sem um amplo entendimento político, contudo, interesses de grupos influentes podem desfigurar a reforma.

editoriais@grupofolha.com.br

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas