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Sonhei com Jô Soares no dia de sua partida, conta leitor

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Florianópolis

O jornalista Eduardo Agualuz teve um sonho na madrugada de 5 de agosto. Nele, Jô Soares estreava um novo programa de TV, estava acompanhado de seu querido sexteto de músicos e era parabenizado por Pedro Bial, o apresentador que passou a ocupar seu lugar nas noites da Globo.

O sonho remetia ao dia em que Eduardo assistiu, da plateia, a uma das edições do Programa de Jô, em 2008. Recém-formado à época, o jornalista conta ter saído da experiência com a certeza de que deveria seguir os passos do "mestre" —chegando até a criar o seu próprio talk show nos anos seguintes.

O apresentador e artista Jô Soares, morto aos 84 anos nesta sexta (5) - Marcio Scavone

Horas depois de acordar do sonho, na última sexta-feira, ele foi surpreendido como muitos outros brasileiros pela notícia do falecimento do humorista, aos 84 anos. Em uma interação lançada na semana passada, leitores da Folha enviaram relatos como esses, contando histórias inesquecíveis e características marcantes do artista.

"Só ia para a cama com o Jô", brinca Elaine Zarbinati, 62. A advogada e professora diz que nunca deitava para dormir sem antes assistir ao programas do humorista que passava no fim da noite –apego que gerava até brigas com o marido, diz.

Fã de carteirinha, não havia conteúdo do Jô que ela não consumisse: teatro, livro, colunas, TV. E nenhum personagem que não valesse a pena: Reizinho, Capitão Gay, Vovó Nana. "Enfim, tudo, tudo!", diz ela.

Jô Soares também foi companhia nas noites insones de Miriam Ferraz, 30. Ainda na infância, quando tinha dificuldades para dormir, a jovem cruzava a casa na ponta dos pés, ligava a TV no volume mínimo e se escondia para assistir às histórias do humorista.

Um de seus momentos favoritos, também lembrado por muitos outros leitores, é o da entrevista do trio de artistas Nair Bello, Lolita Rodrigues e Hebe Camargo ao apresentador em 2000.

Hilário, o episódio voltou a circular nas redes sociais nos últimos dias.

Já para Juliano Camillo, 27, ficou na memória o programa apresentado por Jô Soares após a morte do único filho do humorista, em 2014. O apresentador fez um discurso emocionado em que refletiu sobre a perda e a existência humana. "A vida é o que a gente veio fazer aqui", concluiu na ocasião.

"Ele conseguiu expressar tanto a dor quanto o amor por ele [pelo filho] de forma orgânica; o público ficou incapaz de não se conectar no nível mais humano com o apresentador", afirma Juliano.

Ele também conta que gostava de conhecer as pessoas "invisíveis" jogadas no holofote por Jô em suas entrevistas. "Pessoas comuns, simples, que por alguma razão se destacavam aos olhos do apresentador, nunca deixadas sem atenção e carinho nas entrevistas".

Outros lembraram do sucesso de Jô Soares no humorístico "Viva o Gordo" — onde interpretou personagens clássicos como o Capitão Gay — de sua produção literária, como o popular "O Xangô de Baker Street", e de suas contribuições ao cinema.

O sentimento do jornalista Eduardo Agualuz resume o que muitos trouxeram nos relatos:

Jô sempre foi e será uma referência

Eduardo Agualuz

Jornalista

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