Chefes das Polícias Civis propõem a Moraes fechar clubes de tiro durante as eleições
Ideia é evitar casos de violência durante a votação; aliados de Bolsonaro usam clubes para fazer campanha
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Chefes das Polícias Civis pediram nesta terça-feira (20) que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proíba o funcionamento de clubes de tiro nos dias das eleições.
Em reunião com os representantes das corporações, o presidente da corte, Alexandre de Moraes, teria dito que vai estudar se é possível tirar a proposta do papel, segundo pessoas que acompanharam o encontro.
A proposta não teria sido apresentada por todos os chefes das polícias.
Ata da reunião afirma que foi discutida "a necessidade premente de restringir e fiscalizar o porte de armas, inclusive dos CACs [caçadores, atiradores e colecionadores], no período eleitoral".
O tribunal já vetou o porte de armas a menos de 100 metros de seções eleitorais nos dias das votações, nas 48 horas anteriores e na data seguinte ao pleito.
Segundo pessoas que acompanharam a reunião, parte dos policiais argumentou a Moraes que fechar os clubes de tiros nos dias 2 de outubro e 30 de outubro, onde houver segundo turno, é uma medida adicional para evitar a violência no pleito.
Como mostrou a Folha, candidatos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) têm usado clubes de tiro para fazer campanha política. Estandes pelo país têm recebido candidatos como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e ex-ministros do governo.
O presidente do TSE se reuniu com o Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil.
Também ficou definido que três representantes das polícias civis vão entrar no núcleo de inteligência criado pelo TSE para combater a violência política. O órgão já tem outros três membros das polícias militares.
Segundo a ata do encontro, Moraes e os policiais também trataram da "absoluta atenção para com a segurança dos eleitores, dos candidatos, dos juízes e promotores eleitorais, dos mesários e de todos os demais envolvidos na realização das eleições", entre outros pontos.
O presidente Bolsonaro tem estimulado que a população se arme e feito insinuações golpistas sobre as eleições, o que preocupa integrantes do TSE. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já disse que a restrição ao porte nos dias de votação é uma forma de atingir o presidente.
O TSE decidiu neste ano endurecer a regra e deixar mais claro que policiais, CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) ou quem mais tiver aval para manusear armas não pode utilizar o equipamento nesse período.
A proibição não se aplica aos integrantes das forças de segurança que estiverem a serviço da Justiça Eleitoral. Agentes "que se encontrem em atividade geral de policiamento no dia das eleições" também podem usar as armas no momento da votação, afirmou o TSE.
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