Siga a folha

PT deixa Lindbergh de fora da CPI de 8 de janeiro após críticas a arcabouço fiscal

No Senado, partido deve indicar seu líder, Fabiano Contarato, e Rogério Carvalho, que integrou G7 na comissão da Covid

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O PT decidiu deixar de fora da CPI do 8 de janeiro o deputado federal Lindbergh Farias (RJ) e anunciou que será representado pelos parlamentares Rogério Correia (MG), Rubens Pereira Jr. (MA) e Jandira Feghali (PC do B-RJ).

Para reforçar o discurso de que o governo Lula (PT) é o maior interessado nas investigações sobre o ataque aos três Poderes, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR), divulgou os nomes dos deputados do bloco nesta quinta (11).

Maquete do Congresso Nacional destruída após invasão às sedes dos Poderes, em 8 de janeiro - Jefferson Rudy-8.jan.23/Agência Senado

"Vamos demonstrar que o 8 de janeiro foi um processo de golpe e que o principal mandante foi Bolsonaro. Contem com o meu comprometimento, atuação firme e intransigente em defesa da nossa democracia. Vamos investigar", declarou Correia, que foi relator da CPI de Brumadinho, em 2019.

Lindbergh Farias era dado como certo na comissão e chegou a organizar entrevista coletiva no último dia 20 para tratar do tema. Mas, segundo relatos, acabou cortado por decisão do líder da bancada pelas críticas que fez à proposta de novo arcabouço fiscal.

Em entrevista à Folha, em abril, o deputado chegou a comparar a proposta apresentada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) à tentativa de pacto demoníaco descrita no romance de Guimarães Rosa "Grande Sertão: Veredas".

Já o maranhense Rubens Pereira Jr. é aliado do ministro Flávio Dino (Justiça), um dos principais alvos de ataques da oposição —no governo é dada como certa a convocação de Dino na CPI. Rubens Jr. também atuará como coordenador da bancada dos deputados na comissão.

"Teremos investigações amplas para apurar a responsabilidade de quem participou, promoveu e idealizou a tentativa de golpe contra o Estado democrático de Direito. A Constituição será respeitada. Não haverá anistia para golpistas", disse Pereira Jr.

O líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), afirmou que ele e o senador Rogério Carvalho —um dos integrantes do chamado G7 na CPI da Covid, em 2021— serão titulares. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e a senadora Augusta Brito (CE) serão suplentes.

Apesar dos novos nomes, a CPI perdeu força nos últimos dias, como mostrou a Folha, e ainda não tem data para ser iniciada. No Senado, integrantes da base do governo afirmam que não há pressa para indicar membros se nem a oposição fez isso na Câmara dos Deputados —em referência a partidos como PP e Republicanos.

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e considerado um dos parlamentares mais influentes da Casa, manifestou interesse em participar da CPI mista e deve ser indicado pelo partido como titular.

Já o nome da senadora Soraya Thronicke (MS), que havia proposto uma CPI só do Senado, é dado como certo para a segunda vaga. O líder da sigla no Senado, Efraim Filho (PB), e o senador Sergio Moro (PR) são apontados para as duas suplências da comissão.

No MDB, os mais cotados são o líder do partido no Senado, Eduardo Braga (AM), e o ex-presidente da Casa Renan Calheiros (AL). Na Câmara, o partido definiu que o deputado federal Arthur Maia (BA) será titular e Kim Kataguiri (SP) suplente. Maia é inclusive apontado por líderes da Casa para presidir a comissão.

No Senado, a tropa da oposição será comandada pelos senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE), Damares Alves (Republicanos-DF) e Esperidião Amin (PP-SC). Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário da Pesca de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Cleitinho (Republicanos-MG) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) serão suplentes.

Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou os pedidos da oposição contra a manobra de Randolfe Rodrigues que fortaleceu o bloco do PT na CPI. Com isso, o PL acabou com duas vagas no Senado em vez de três.

Sob reserva, parlamentares avaliam que, com uma oposição sem força e um governo preocupado com outras batalhas no Congresso, a CPI perde importância e pode demorar para ser aberta oficialmente, além de ter chance de se tornar inócua.

Além disso, ponderam nos bastidores que o governo agiu mal diante da articulação pela CPI. No começo, o governo era contra a instalação da comissão e atuou para adiá-la.

No entanto, após crise desencadeada no Executivo após divulgação de imagens do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro —que levou à demissão do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias—, o governo passou a defender a instalação do colegiado.

A comissão também foi tema de debate em reunião na quarta (10) do Fórum dos Partidos Progressistas, que reúne os presidentes de PT, PSB, PC do B, PV, Rede, PSOL e PDT. Eles defenderam a instalação imediata da CPI mista.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas