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Datafolha: Boulos (23%), Marçal (22%) e Nunes (22%) empatam na liderança em SP

Na primeira pesquisa após início do horário eleitoral, prefeito se recupera; Tabata (9%) fica numericamente à frente de Datena (7%)

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São Paulo

Após o impacto da ascensão de Pablo Marçal (PRTB) ao pelotão da ponta na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a corrida municipal chega à primeira semana do horário eleitoral gratuito estável. Estão empatados tecnicamente o deputado Guilherme Boulos (PSOL), com 23%, o influenciador, com 22%, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), também com 22%.

Os dados são da mais recente pesquisa do Datafolha, realizada na terça (3) e quarta (4). Com margem de erro de três pontos para mais ou menos, o levantamento contratado pela Folha e pela TV Globo e ouviu 1.204 eleitores. Ele está registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-03608/2024.

Da esq. para a dir., Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB)

Em quarto lugar estão Tabata Amaral (PSB), com 9%, numericamente à frente pela primeira vez de José Luiz Datena (PSDB), que tem 7%. Depois vêm Marina Helena (Novo, 3%) e os lanterninhas, Bebeto Haddad (DC) e Ricardo Senese (UP), ambos com 1%. Dizem votar em branco ou anular 8%, e 4% não souberam responder.

Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado diz em quem pretende votar sem ter a tabela com os candidatos à mão, Marçal passou de 13% para 15%, atrás de Boulos, que foi de 17% para 19%. Nunes oscilou de 7% para 10%, Tabata se manteve em 4% e Datena passou de 2% para 1%. Dizem votar no atual prefeito, sem nomear Nunes, 2%.

Na rodada anterior, divulgada há duas semanas, o nome do PRTB havia subido sete pontos percentuais na pesquisa estimulada por cartão com os postulantes, encostando na dupla Nunes e Boulos, que vinha dividindo a liderança nas fases preliminares da campanha.

Agora, oscilou positivamente um ponto e viu sua rejeição superar numericamente a de Boulos (38% a 37%), um dado importante acerca de sua tática eleitoral.

O novo levantamento já capta os primeiros momentos do horário eleitoral gratuito, que começou na sexta passada (30), o que deverá ser comemorado pelas campanhas rivais da do influenciador. Marçal não tem tempo de TV ou rádio porque o PRTB não tem representação congressual necessária para tal.

O influenciador faz uma campanha polêmica, baseada em agressividade aberta contra os adversários, mitomania e fake news, desrespeito às regras de debates e a decisões judiciais, calcada na edição dos "cortes" —trechos selecionados de falas e embates com rivais postados na internet.

Resta saber que a manutenção do patamar passado sugere um teto, espraiamento de onda, ou apenas reflete um momento de reação dos adversários, ainda algo perplexos ao lidar com o mercurial personagem —que nesta quinta disse estar deixando o país para uma viagem.

Marçal se apresenta como um antipolítico com forte discurso motivacional, sem propostas concretas para a cidade além de uma queda por teleféricos. Uma miríade de rolos judiciais, incluindo uma condenação criminal, e associação de políticos à sua volta com o crime organizado não afetaram seu crescimento até o atual patamar.

Nunes, prefeito e dono do maior espaço gratuito na TV numa corrida municipal paulistana desde a redemocratização, era quem vinha mais sendo afetado pelo autodenominado ex-coach. Com 65% do tempo de TV e rádio, oscilou positivamente de 19% para 22% em duas semanas.

Motivo central de preocupação de Nunes é a migração do voto bolsonarista para Marçal, que adota uma postura não muito diferente da de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, quando saiu do limbo do Congresso para a Presidência baseado nas redes.

A tendência segue igual. Entre os eleitores do ex-presidente no segundo turno de 2022, Marçal abocanha 48% (eram 44% na rodada anterior). Nunes, que é o candidato oficialmente apoiado por Bolsonaro, registra 31% (eram 30%).

Um dado a acompanhar é o efeito do apoio explícito na propaganda de Nunes do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, ao contrário de Bolsonaro, gravou mensagem para o prefeito.

O dado mais relevante deste levantamento, do ponto de vista de estratos socioeconômicos, foi a disparada de Nunes entre os mais pobres (suculentos 32% do eleitorado na amostra): saiu de 18% para 28%, deixando empatados Boulos (19%) e Marçal (17%), em patamares semelhantes aos anteriores.

O deputado do PSOL, que tinha os mesmos 23% há duas semanas, expõe diariamente o apoio do presidente Lula (PT) à sua empreitada. Não deu muito certo: entre quem votou no petista contra Bolsonaro no tira-teima de 2022, ele oscilou de 44% para 43%.

Uma vítima mais clara do efeito Marçal é Datena, que até aqui mantém a promessa de ir até o fim pela primeira vez em uma campanha eleitoral —o popular apresentador de TV desistiu antes do começo da disputa em quatro ocasiões anteriores.

Há duas pesquisas, tinha 14%, empatado com Marçal. Na passada, foi para 10%, e agora tem 7%, sendo ultrapassado numericamente pela deputada federal Tabata. Perdeu dez pontos entre quem tem o ensino fundamental (19% dos ouvidos).

Na mão contrária, ela oscila positivamente (8% para 9%), cortesia da exposição na TV e no rádio e numa campanha com forte crítica a Marçal, sugerindo um efeito paradoxal da associação com o influenciador. Por ora, contudo, o movimento não é suficiente para aproximá-la do bloco dianteiro da corrida.

O Datafolha questionou os entrevistados acerca da qualidade de seu voto. O resultado é misto: 50% dizem que seu candidato é ideal e 49%, uma escolha por falta de opção melhor. São mais convictos aqui os eleitores de Boulos (63% o acham ideal), Tabata (57%), Nunes (55%), Marçal (52%) e Datena (51%).

Já em relação à decisão sobre o candidato, 59% dizem estar certos de seu voto e 41%, sujeitos a mudanças. São mais convictos os eleitores do psolista (75% de certeza) e de Marçal (70%). Menos decididos são os apoiadores de Nunes (52%), Tabata (43%) e Datena (35%).

Em caso de mudança de ideia, a segunda opção de voto preferencial é por Boulos (18%), empatado com Nunes (17%) e Tabata (15%). Mais abaixo vêm Datena (13%), Marçal (9%) e Marina Helena (8%).

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