Microsoft comprará energia de fusão nuclear de empresa de criador do ChatGPT
Expectativa é que a usina da Helion esteja em funcionamento em 2028
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A empresa norte-americana de fusão nuclear Helion Energy fornecerá à Microsoft eletricidade em cerca de cinco anos, disseram as empresas nesta quarta-feira (10), no primeiro acordo desse tipo para a fonte de energia que alimenta o Sol, mas que tem representado um desafio de ser reproduzida pelo homem.
A fusão ocorre quando dois átomos leves, como o hidrogênio, aquecidos a temperaturas extremas, se fundem em um átomo mais pesado, liberando grandes quantidades de energia.
Até agora, as reações de fusão realizadas em laboratório foram momentâneas e consomem mais energia do que liberam. No entanto, empresas do setor levantaram cerca de US$ 5 bilhões (R$ 24,7 bilhões) em financiamento privado para pesquisa e desenvolvimento para tornar a fusão uma realidade comercial.
A expectativa é que a usina da Helion esteja em funcionamento em 2028. A instalação terá como meta a geração de 50 megawatts ou mais após um período de um ano. Um megawatt pode abastecer cerca de mil residências nos Estados Unidos em um dia normal.
"Cinquenta megawatts é um grande primeiro passo da fusão em escala comercial, e a receita obtida realimenta o desenvolvimento de mais usinas", disse David Kirtley, fundador e CEO da Helion.
O reator Polaris, a máquina de sétima geração da Helion, deve entrar em operação no próximo ano e demonstrar geração de eletricidade, usando uma mistura de tecnologias de laser e magnetismo para alcançar a fusão, disse Kirtley. Em 2021, a Helion foi a primeira empresa privada a atingir cem milhões de graus Celsius, enquanto a temperatura ideal é cerca do dobro disso, disse Kirtley.
Enquanto muitas empresas de fusão buscam o trítio, um raro isótopo de hidrogênio, para ajudar na reação, a Helion planeja usar o hélio 3, um tipo raro do gás usado também na computação quântica. Até agora, a empresa levantou mais de US$ 570 milhões (R$ 2,8 bilhões) em capital privado com o CEO da OpenAI, Sam Altman, fornecendo 375 milhões em 2021.
As empresas não divulgaram os termos do contrato de compra de energia.
A Helion ainda precisa de aprovações de projeto e construção da NRC (Comissão Reguladora Nuclear) dos Estados Unidos, bem como de licenças locais. A indústria de fusão aplaudiu a decisão da NRC no mês passado de separar a regulamentação da fusão da fissão, uma medida que os apoiadores da tecnologia dizem que poderá reduzir prazos de aprovação de licenças.
"O mundo dos negócios está começando a entender que a fusão está chegando e talvez mais cedo que muita gente pensava", disse Andrew Holland, diretor da Associação da Indústria da Fusão. "É um voto de confiança de que a Helion está no caminho assim como outras empresas estão trabalhando em prova de conceito de suas máquinas."
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