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Baú do Cinema - Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia
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Adoniran Barbosa foi ator de cinema; saiba onde ver seus filmes

Compositor, inspiração do longa 'Saudosa Maloca', interpretou cangaceiro, professor e monarquista

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Adoniran Barbosa como Mané Mole em cena do clássico "O Cangaceiro" (1953) - Divulgação


Já imaginou Adoniran Barbosa na pele de um cangaceiro? Pois bem, o autor de clássicos do samba paulistano e tema do divertido longa "Saudosa Maloca", atualmente em cartaz nos cinemas, interpretou esse e outros personagens em filmes brasileiros _também foi professor e monarquista e contracenou com Mazzaropi.

Ao todo, participou de cerca de dez obras do cinema brasileiro, a maioria comédias, de produtoras como Vera Cruz, Cinédia e Maristela.

Seu primeiro filme foi "Pif Paf" (1945), dirigido por Adhemar Gonzaga, fundador da Cinédia. A obra integra o filão dos filmes carnavalescos do estúdio carioca. Na sinopse, se apresenta como "um grande show entremeado com uma história leve, risonha e romântica". Além de Adoniran, estão no elenco Marlene, Ataulfo Alves e Herivelto Martins.

Um ano depois, o compositor atuou em mais uma produção da Cinédia, a revista carnavalesca "Caídos do Céu", ao lado de Isaurinha Garcia, Dalva de Oliveira, Dercy Gonçalves e novamente Marlene e Ataulfo Alves.

Na Vera Cruz, fez três filmes, a começar por "Esquina da Ilusão" (1953), com Ilka Soares e Nicette Bruno, comédia sobre o dono de uma cantina em São Paulo que está em péssimas condições financeiras.

No segundo longa, "Candinho" (1953), Adoniran atuou ao lado de Mazzaropi. Ele é o professor Pancrácio, figura que se torna amigo do personagem título, caipira interpretado por Mazzaropi (a parceria entre eles voltaria a acontecer em "A Carrocinha", de 1955, já fora da Vera Cruz).

Também na produtora, o compositor fez parte do elenco de um clássico do cinema brasileiro, "O Cangaceiro" (1953), dirigido por Lima Barreto. Na trama, ele é Malé Mole, integrante do bando de Galdino, que aterroriza moradores da caatinga nordestina.

Na Maristela, estúdio instalado no Jaçanã (zona norte de SP) nos anos 1950, Adoniran participou de dois longas. Um deles é "Carnaval em Lá Maior" (1955), versão paulista dos musicais carnavalescos cariocas como os da Cinédia, com direção de Adhemar Gonzaga.

Em "A Pensão de Dona Estela" (1956), o compositor interpreta um dos hóspedes do local, um monarquista conservador que não gosta de samba (confira na cena acima). A ele se juntam outros tipos: um mulherengo, um conjunto musical, um jogador de futebol, um médico e uma cantora de rádio.

Nos anos 1970, Adoniran fez participações especiais nas comédia eróticas "A Super Fêmea" (1973), com Vera Fischer, e "Elas são do Baralho" (1977), dirigido por Sílvio de Abreu, com roteiro dele e de Rubens Ewald Filho.

A contribuição de Adoniran para o cinema brasileiro também está em "Eles não Usam Black Tie" (1981), clássico dirigido por Leon Hirszman baseado na peça de Gianfrancesco Guarnieri. A música tema do longa, "Nois Não Usa os Bleque Tais", é uma parceria de Guarnieri e compositor realizada em 1958, quando a peça estava em cartaz no Teatro Arena, em São Paulo.

ONDE VER

CANDINHO (1953) e O CANGACEIRO (1953)
Banco de Conteúdos Culturais da Cinemateca Brasileira: grátis
http://bcc.cinemateca.org.br/

ELES NÃO USAM BLACK TIE (1981)
Globoplay e Looke: para assinantes

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