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Onde está Wilson? Busca por cachorro na Colômbia envolve pegadas, carne e cadela

Pastor belga que ajudou a localizar crianças na selva está perdido desde 18 de maio

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A operação de militares colombianos na selva para localizar quatro crianças que estavam desaparecidas havia 40 dias não terminou no último dia 9, com o resgate dos irmãos, de 1, 4, 9 e 13 anos, vítimas de um acidente aéreo na região de San Jose del Guaviare. Isso porque um integrante das equipes de busca se perdeu durante os trabalhos e continua na mata. A procura por Wilson, um pastor belga, envolve, além pessoas, diferentes estratégias.

Militares relataram o desaparecimento no dia 8. No entanto, Wilson teria se afastado das equipes bem antes disso —em 18 de maio.

O pastor belga Wilson, que desapareceu na selva - Exército Colombiano/AFP

Sob a premissa de que "ninguém fica para trás", o Exército mantém a chamada Operação Esperança. São cerca de cem soldados, que contam com apoio de outros cães farejadores e indígenas.

De acordo com relatos de militares à mídia colombiana, Wilson foi visto duas vezes pelas equipes —a última teria sido dois dias antes de as crianças serem encontradas. No entanto, ele fugiu antes que pudesse ser resgatado. Pegadas do animal foram localizadas, mas também não levaram até ele.

Wilson foi treinado desde pequeno para enfrentar situações e locais adversos e a voltar para seu condutor. No começo do mês, ao anunciar o desaparecimento, o Exército afirmou que possivelmente o pastor belga ficou desorientado durante a operação.

Ainda não se sabe o que aconteceu com ele. Além das condições do terreno, os sons da selva, a presença de outros animais e a falta de comida poderiam ajudar a explicar o comportamento do cachorro que, segundo militares, evita contato com as equipes ao ser avistado.

Para tentar atrair o cachorro, as equipes usam pedaços de carne —deixados em pontos para que ele também possa se alimentar— e duas cadelas no cio. Apesar de castrado, os militares apostam que o olfato e o instinto atrairiam Wilson.

"É um cão muito forte, muito bem formado, temos a confiança de que ainda está vivo", disse à AFP na quarta (14) o soldado Elvis Porras, instrutor canino da Escola de Engenheiros Militares, onde Wilson foi treinado.

O resgate dos quatro irmãos completa uma semana nesta sexta (16). As Forças Militares ainda não deram prazo para encerrar a operação. Nas redes sociais, afirmam ter fé e dizem que não descansarão até encontrar o cachorro.

Já indígenas dizem que estão fazendo rituais para que Wilson apareça e também seja resgatado.

"Esperamos que mediante uma conversa espiritual ele consiga sair, os povos amazônicos já estão nisso porque é uma vida de qualquer jeito e a Guarda deve zelar pela vida de tudo e de todos", disse Jesús Dagua, membro da Guarda Indígena do Cauca, segundo o jornal El Tiempo.

Nesta sexta, depois da fala de Dagua, o Exército colombiano reforçou que as buscas por Wilson estão mantidas até que ele seja encontrado.

Em publicação nas redes, os militares afirmam que "este herói que contribuiu para o resgate das crianças" deve voltar para sua família. "Esta fase 2 da #OperaciónEsperanza avança. Não vai parar até que ele seja localizado", afirma o texto.

Wilson foi fundamental para a localização das crianças. Logo no início das buscas, o pastor belga encontrou uma mamadeira no meio da vegetação. Quando desapareceu, teria rompido a coleira que o prendia ao condutor e se embrenhado na mata, supostamente atrás das vítimas.

Para os militares, o farejador foi mesmo quem localizou as crianças primeiro. Elas relataram ter encontrado o cachorro e, segundo o general Pedro Sánchez, responsável pelo resgate, os irmãos contaram que chegaram a ficar três ou quatro dias com o animal, que estava magro.

Depois, já no hospital, os dois irmãos mais velhos entregaram ao comandante das Forças Armadas, general Helder Fernan Bonilla, desenhos retratando o período em que ficaram na mata. E Wilson fazia parte das imagens.

As buscas por Wilson são acompanhadas com apreensão e mobiliza internautas.

Além de uma onda de apoio, em que é tratado como herói e é homenageado com desenhos, um abaixo-assinado destinado ao presidente Gustavo Petro, ao Exército e ao Ministério da Defesa pede que Wilson não seja abandonado na selva. Aberto no dia 10, já conta com mais de 83.500 adesões.

"Embora as crianças tenham sido encontradas, pedimos que não abandonem os esforços para encontrar o corajoso cãozinho de resgate. Ele arriscou sua vida nesta missão e merece ser encontrado e reunido com sua equipe", diz o texto.

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