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Exército colombiano diz ser improvável achar cachorro Wilson e fala em construir monumento

Pastor belga desapareceu na mata durante buscas a quatro crianças vítimas de acidente aéreo

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São Paulo

O Exército colombiano admitiu nesta semana que é improvável localizar o cachorro Wilson, que se perdeu na selva há mais de um mês, durante as buscas a quatro irmãos vítimas de um acidente aéreo.

Na segunda-feira (26), o general Pedro Sánchez, líder da operação disse ainda que serão construídos monumentos em homenagem a Wilson.

"Tudo tem um fim e você tem que ter bom senso com isso. Nosso Wilson fez um ótimo trabalho, mas você também precisa estar ciente de onde está. Fizemos absolutamente tudo o que era possível. Colocamos comida em pontos-chave, o que coloca nossas tropas em alto risco", disse o comandante à mídia local, de acordo com o El País.

O pastor belga Wilson, que desapareceu na selva - Exército Colombiano/AFP

Na ocasião, o governo concedeu honraria a militares, indígenas e outras pessoas envolvidas no resgate das crianças, que passaram 40 dias na mata e foram localizadas no dia 9.

Drugia, a mãe do cão farejador, também foi condecorada.

"Fizemos absolutamente de tudo o que está ao nosso alcance, não medimos esforços para encontrá-lo, mas sabemos que é praticamente improvável que possamos encontrá-lo", disse Sánchez sobre o pastor belga.

Até então, segundo a agência de notícias AFP, equipes permaneciam atrás de pistas do animal, mesmo com pouca esperança de levá-lo de volta para casa. Nesta quarta (28), o site Notícias Caracol afirmou que as Forças Militares confirmaram a suspensão das buscas.

Drugia, mãe de Wilson, é condecorada em cerimônia - Juan Barreto-26.jun.23/AFP

As esquipes relataram o desaparecimento do cachorro no último dia 8. Mas Wilson teria se afastado das equipes bem antes disso —em 18 de maio.

As buscas eram feitas na região de San Jose del Guaviare, em uma área de mata fechada e de difícil acesso.

Sob a premissa de que "ninguém fica para trás", o Exército manteve a chamada Operação Esperança após o resgate das crianças. Cerca de cem soldados, com apoio de outros cães farejadores e indígenas, foram em busca do pastor belga.

De acordo com relatos de militares à mídia colombiana, Wilson foi visto duas vezes pelas equipes —a última teria sido dois dias antes de as crianças serem encontradas. Porém, ele fugiu antes que pudesse ser resgatado. Pegadas do animal também foram localizadas, mas não levaram até ele.

Wilson foi treinado desde pequeno para enfrentar situações e locais adversos e a voltar para seu condutor. No começo do mês, ao anunciar o desaparecimento, o Exército afirmou que possivelmente o cachorro ficou desorientado durante a operação.

Ainda não se sabe o que aconteceu com ele. Além das condições do terreno, os sons da selva, a presença de outros animais e a falta de comida poderiam ajudar a explicar o comportamento do cachorro que, segundo militares, evitou contato com as equipes ao ser avistado.

Para tentar atrair o cachorro, as equipes usaram pedaços de carne —deixados em pontos para que ele também possa se alimentar— e duas cadelas no cio. Apesar de castrado, os militares apostavam que o olfato e o instinto atrairiam Wilson.

Nas redes sociais, os militares afirmavam em seguidos posts ter fé e diziam que não descansariam até encontrar o cachorro. No entanto, esse tipo de publicação deixou de ser feito há alguns dias.

O governo tem sido cobrado por internautas e até um abaixo-assinado destinado ao presidente Gustavo Petro, ao Exército e ao Ministério da Defesa foi aberto pedindo que Wilson não fosse abandonado na selva.

Wilson foi fundamental para a localização das crianças. Logo no início das buscas, o pastor belga encontrou uma mamadeira no meio da vegetação. Quando desapareceu, teria rompido a coleira que o prendia ao condutor e se embrenhado na mata, supostamente atrás das vítimas.

Para os militares, o farejador foi mesmo quem localizou as crianças primeiro. Elas relataram ter encontrado o cachorro e, segundo o general Pedro Sánchez, responsável pelo resgate, os irmãos contaram que chegaram a ficar três ou quatro dias com o animal, que estava magro.

Depois, já no hospital, os dois irmãos mais velhos entregaram ao comandante das Forças Armadas, general Helder Fernan Bonilla, desenhos retratando o período em que ficaram na mata. E Wilson fazia parte das imagens.

Também na quarta-feira, militares publicaram em suas redes vídeo que mostra homenagem a quatro cães farejadores que estavam se aposentando após mais de cinco anos atuando em operações contra explosivos.

Nos comentários, internautas se dividiam entre elogiar o reconhecimento pelo serviço prestado pelos animais e criticar o desaparecimento de Wilson.

"Muito bonito, mas onde está #Wilson? Porque não puseram mais recursos para buscá-lo? Por que o abandonaram na selva?" questionou uma. "Estes estão a salvo #FALTAWILSON", escreveu uma. "As crianças ficaram 40 dias desaparecidas e todas apareceram com vida; precisa dar a mesma oportunidade a Wilson."

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