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Saiba o que fazer ao resgatar um cachorro ou gato abandonado nas ruas

No Dia Mundial dos Animais de Rua, veterinária explica como se aproximar e cuidar dos peludos

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São Paulo

Um estudo global divulgado em março aponta que mais de 360 milhões de animais estão em situação de abandono, sendo mais de 30 milhões no Brasil. Por isso, adotar um animal significa salvar uma vida, diante das dificuldades enfrentadas nas ruas.

A veterinária Mariana Paraventi, supervisora técnica da Petland Brasil, afirma que é preciso adotar alguns cuidados ao resgatar um cachorro ou gato das ruas e checar se ele tem algum tipo de identificação.

Campanha de adoção é realizada em lojas da rede em oito estados
Brasil tem cerca de 30 milhões de cães e gatos abandonados - Adobe Stock

O Dia Mundial dos Animais de Rua é lembrado nesta quinta-feira (4), como forma de alertar para a importância de se buscar soluções contra o abandono.

Resgate e adoção não são as únicas alternativas para quem quer ajudar. "Para colaborar com a causa, existem outros meios, como o apadrinhamento de animais ou doações para ONGs", afirma a veterinária.

A castração é outro fator fundamental para evitar o avanço do abandono, que é crime no Brasil.

Qual a melhor maneira de se aproximar e pegar o animal?
Ao se aproximar de um animal de rua, é essencial agir com calma e cautela. Evite movimentos bruscos que possam assustá-lo. Se o pet estiver em algum lugar muito movimentado, como avenidas e estradas, atraia-o para um local mais seguro, você pode utilizar alimentos e petiscos ou algum outro objeto para isso.

A primeira fase de contato com o pet é muito importante e deve ser feita sem pressa, com tranquilidade e paciência, para que algum vínculo possa ser criado e ele se sinta seguro na sua aproximação. Para se aproximar, uma dica pode ser se abaixar lentamente, estendendo a mão para que o animal possa cheirar e se familiarizar com você antes de tentar tocá-lo.

Os petiscos e outros alimentos podem ser utilizados aqui também. Se tiver uma guia, tente colocar aos poucos no animal. Se ele não aceitar, não insista. Cuidado com feridas ou alguns machucados quando for tocar no animal. Cobertores ou panos podem ajudar nesses casos, para não ferir mais o animal no transporte. Como não sabemos o histórico do animal e algumas doenças podem ser transmitidas no toque (como sarna sarcóptica e algumas dermatites), o ideal é utilizar luvas para manipular o animal.

Se, ao se aproximar, o animal apresentar sinais de estar assustado ou agressivo, não force a interação e busque ajuda de profissionais, como veterinários, ou protetores que já têm experiência em resgates de animais de rua.

Quais os primeiros cuidados ao se aproximar do cão ou gato?
Num primeiro momento, verifique seu comportamento e estado físico, e se ele possui alguma identificação em coleiras, por exemplo, que possa indicar que ele se perdeu de seu tutor. Se o pet estiver muito debilitado, ferido ou doente, leve-o ao veterinário imediatamente.

Quais os cuidados durante o transporte?
Durante o transporte, a segurança e o conforto são importantes, se não houver caixa de transporte, pode ser utilizado cinto de segurança próprio para os pets. Utilizar mantas ou cobertores podem ajudar no conforto durante o trajeto.

O que fazer se o animal tiver algum tipo de identificação, sinal de que está perdido, e não abandonado?
Importante ter a consciência de que, ao fazer o resgate, você passará a ser responsável por ele e, se não tiver condições de ficar com o pet, pode procurar ONGs ou mesmo lares temporários até encontrar uma família para ele. No caso de o pet ter alguma identificação, que pode estar na coleira ou num microchip, este último é identificado com ajuda de leitores presentes em clínicas veterinárias, procure o tutor e explique o ocorrido para que ele possa reencontrar seu pet.

Publicações em redes sociais, estabelecimentos veterinários e em comércios locais próximos ao resgate também podem ajudar a encontrar a família se o pet estiver perdido.

O animal pode ser levado direto para casa?
Logo após o resgate, mesmo que o animal aparente estar saudável, leve-o imediatamente para o veterinário. Os primeiros cuidados médicos são indispensáveis para a saúde dele e de sua família. Durante a consulta, o veterinário poderá realizar exames físicos e laboratoriais para excluir qualquer alteração e prescrever o tratamento necessário. Além disso, ele poderá orientar sobre medicações preventivas (antipulgas e vermífugos), dicas sobre alimentação, vacinação e castração.

Após a consulta, e com liberação do veterinário, o pet pode ser encaminhado para o banho, para cuidar da sua higiene.

Há riscos de levar direto para casa um animal de rua?
Sim, há riscos associados a levar para casa um animal de rua, especialmente se ele não passar por uma avaliação veterinária adequada. Algumas doenças podem ser transmitidas para humanos (zoonoses) ou para outros pets, como parvovirose, cinomose, leptospirose, Aids felina, entre outras. Por isso, é fundamental que o animal seja acompanhado por um veterinário e esteja em observação nos primeiros dias, pois algumas doenças podem apresentar sinais mais tardiamente.

A adaptação de um animal de rua pode ser diferente de um adotado de abrigo?
Sim, por conta de desconhecermos as experiências vividas anteriormente, a adaptação pode ser mais demorada. Situações como abandono, maus-tratos ou falta de socialização, podem tornar o processo mais moroso e, somente muito amor, carinho e acolhimento podem ajudar a fazer com que o pet se sinta confortável e confiante com sua nova família.

Quais os cuidados que o tutor deve ter com o novo membro da família?
Alguns cuidados são indispensáveis para dar o melhor para seu novo companheiro, como um enxoval completo com alimentação, comedouro e bebedouro, caminha, manta e cobertor, petiscos, coleiras de identificação, entre outros.

Nos cuidados veterinários, por não sabermos o histórico do pet, o protocolo completo de vacinação deve ser realizado, assim como exames de check-up, microchipagem e vermifugação. A esterilização (castração) é muito importante, pois o número baixo de animais castrados é uma das causas da crescente frequência de animais nas ruas.

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