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Haddad diz que não há limite para ajuda ao RS e que poupar na reconstrução compromete PIB

Ministro afirma que governo vai zelar pela focalização dos recursos, mas recuperar infraestrutura do estado é importante para crescimento

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O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta segunda-feira (13) que o governo federal não tem um limite traçado para bancar medidas de ajuda ao Rio Grande do Sul, afetado pelas enchentes.

"À medida que os problemas forem sendo dimensionados, nós vamos tomar medidas. É muito difícil a essa altura prever até onde nós vamos chegar. Não tem uma estimativa segura", disse o ministro, logo após anunciar a suspensão da dívida do Rio Grande do Sul por três anos.

O governo tem sido cobrado por agentes do mercado financeiro a estabelecer um controle rigoroso sobre o tamanho do socorro. Especialistas, por sua vez, calculam que o estado pode precisar de um apoio de até R$ 100 bilhões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciam medidas para o Rio Grande do Sul - Evaristo Sa - 09.mai.2024/AFP

O Executivo gaúcho divulgou uma primeira estimativa, que colocava a necessidade de recursos em R$ 19 bilhões para fazer o atendimento emergencial à população e reconstruir a infraestrutura danificada pelas águas.

No entanto, a elevada dispersão dos números e a própria continuidade do fenômeno, com nova subida do nível das águas neste início de semana, são vistos como sinais de que qualquer estimativa ainda é imprecisa.

Questionado sobre a existência de um limite de valores, Haddad disse que não há tal número. Ele ressaltou que a reconstrução da infraestrutura gaúcha será essencial inclusive para não comprometer o crescimento potencial da economia brasileira.

Acompanhe tudo que acontece em Brasília nesta segunda-feira (13)

"É um estado exportador importante. É um estado industrializado. É um estado exportador de produtos agrícolas. Então, nós não podemos colocar o crescimento econômico do país a perder em função de falta de infraestrutura. Precisa de aeroporto, precisa de estrada, precisa de tudo para a economia funcionar normalmente", disse.

"Se você economizar agora nisso, você vai ter um prejuízo no crescimento econômico medonho. É um estado pujante, é um estado que precisa crescer mais e não menos. Isso só vai acontecer se a infraestrutura estiver recuperada", alertou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou no sábado (11) uma MP (medida provisória) que abre crédito extraordinário de R$ 12,2 bilhões para combater a calamidade no Rio Grande do Sul.

Desse valor, R$ 7 bilhões serão aportados em fundos garantidores ou serão usados para subvencionar taxas de juros, numa tentativa de baratar o crédito às empresas que tiveram suas atividades comprometidas pela tragédia.

O crédito ainda incluía R$ 1,2 bilhão para o Ministério dos Transportes efetuar a recuperação de estradas.

Nesta segunda (13), o governo também anunciou o envio de um projeto de lei complementar para suspender a dívida do Rio Grande do Sul por três anos, o que deve dar um alívio de R$ 11 bilhões ao estado.

No anúncio, que contou com o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB) em participação remota, Lula prometeu que haverá novas medidas para ajudar o estado.

Após a reunião, Haddad reiterou a disposição do governo federal em liberar recursos, mas ressaltou que tudo está sendo feito em etapas para garantir o direcionamento correto das verbas.

"Estamos sendo bastante prudentes em falar em números. Estamos olhando para o foco ser importante, para chegar o dinheiro exatamente da forma adequada para que a recuperação aconteça. Seja de uma casa, seja da mobília, seja da manutenção de um emprego, ou da produção de uma indústria, ou da produção de um sítio, de uma fazenda. Nós estamos tendo esse cuidado", disse o ministro.

"Estamos fazendo com critério, a cada dois, três dias fazemos um anúncio, para termos clareza de que esse recurso é necessário para recuperar o estado. Não estamos fazendo uma coisa sem critério. Temos que ter compreensão de que nós precisamos fazer o dimensionamento que é preciso e agir. Ah, apareceu outro problema. Dimensiona e age. Com prudência, com rigor, mas com efetividade", acrescentou.

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