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Copo Cheio - Sandro Macedo
Sandro Macedo
Descrição de chapéu alimentação

'Vai ter coxinha no céu'; morre seu Valdecyr, do Frangó

Patriarca pilotava a grelha no início do tradicional bar no casarão da Freguesia do Ó

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São Paulo

"Hoje vai ter coxinha no céu", postou João Piccolo, um dos netos do seu Valdecyr, o homem por trás do Frangó Bar. A publicação foi uma homenagem a Valdecyr Picolo, que morreu nesta quarta (18), aos 91 anos.

A deliciosa coxinha fez a fama da casa bem antes de o bar se tornar também uma referência pela extensa carta de cervejas. Em 1987, seu Valdecyr inaugurou o Frangó como uma rotisseria, bem em frente ao largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, na Freguesia do Ó. Era no bairro da zona norte que ele e a família moravam desde que deixou Monte Alto, no interior de São Paulo.

Valdecyr Picolo, fundador do tradicional Frangó Bar, na zona norte de São Paulo
Valdecyr Picolo, fundador do tradicional Frangó Bar, na zona norte de São Paulo - Reprodução

Na época, o logo tinha a ilustração de um frango grelhado com duas turbinas, mostrando que o produto saía rápido. E quem pilotava a grelha era o seu Valdecyr.

"O pessoal ficava esperando a comida e tomando cerveja. E ele [seu Valdecyr] na grelha, cuidando do frango", conta Norberto de Oliveira Neto, sócio da casa desde o início dos anos 1990 ao lado de Cássio Picolo, filho do seu Valdecyr. Nos primeiros anos não havia o salão no piso inferior do casarão, que lota aos fins de semana. Ali era só um quintal arborizado.

Foi no governo Collor que a importação fez a carta de cerveja se multiplicar. Outros rótulos vinham também da região sul, tornando a casa uma especialista também nos bebes. Hoje o bar tem mais 200 rótulos de diferentes países, além de uma cerveja com o nome da casa, e promove degustações de estilos ou regiões, como a seleção de belgas.

"Ele era muito querido e foi uma escola pra gente sobre como receber as pessoas", conta Norberto.

Seu Valdecyr teve um câncer na próstata que foi retirado há mais de dez anos. Mas teve complicações que limitaram sua mobilidade. A frequência no bar foi rareando. "Mesmo com um problema no joelho, ele pegava uma caixa com 30 frangos marinados e subia e descia aquelas escadas", lembra Norberto.

Em 2017, deixou de frequentar a casa que fundou. Além do filho Cássio, que administra o bar, a veia gastronômica também passou para os netos João Piccolo (bartender do Bargo Mooca) e Francisco, o Chico, que abriu um café em Barcelona. Mas em 2021, o patriarca chegou a voltar ao Frangó, com cadeira de rodas, para um almoço. Afinal, nem ele resistia à coxinha.

Seu Valdecyr deixa a esposa Maria, os filhos Cássio, Roseli e Vágner, oito netos, entre eles, João e Chico, e dois bisnetos.

Tradicionais coxinhas de frango do Frangó, na Freguesia do Ó
Tradicionais coxinhas de frango do Frangó, na Freguesia do Ó - Leticia Moreira - 16.mai.2013/Folhapress

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