Dia desses, flanava pelo site da Folha quando topei com a indicação de um novo "bar secreto". E, olha só, é perto de casa –pois, apesar de "secreto", vem com endereço, aceita cartão de crédito e, se perigar, até vale-refeição.
Amigos, já tem 15 anos que abriram o SubAstor no porão do bar Astor, que ficava subocupado porque ninguém queria sentar lá. Naquela época esse negócio de bar secreto já era tão falso quanto é hoje, mas pelo menos era novidade.
É sério que os donos de bar acham que a galera ainda se entusiasma com portinhas escondidinhas de mentirinha? Com coquetéis que têm uma página inteira de descrição, algum papo furado relacionado à Lei Seca americana? Com ambientes terrivelmente mal-iluminados para fingir que se está num negócio clandestino?
Deve haver uns 137 bares "secretos" em operação na cidade de São Paulo, todos com assessoria de imprensa e alguns influenciadores no bolso.
Tudo bem que os bares de coquetelaria precisam de uma boa lábia para convencer alguém a pagar o preço de uma refeição num copo com 100 ml de bebida ou menos. Mas essa história de secreto já deu.
Colegas, não existe speakeasy. Parem, por favor.
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