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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Gestor afirma que bolsa americana pode cair mais 20%

Cenário desafiador faz estrategistas revisarem expectativas para ações americanas

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Apesar de apresentar queda de mais de 23% no ano de 2022, está aumentando o consenso de que o pior ainda não passou para o mercado de ações americano. A evolução positiva da bolsa americana na última década, fez com que investidores acreditassem que qualquer queda já seria motivo de compra. Explico abaixo o risco que você corre se pensar desta forma.

Cenário desafiador faz estrategistas revisarem expectativas para ações americanas. REUTERS/Brendan McDermid/File Photo ORG XMIT: FW1 - REUTERS

Conversei nesta tarde de quarta-feira com o estrategista, Rodrigo Melo, da gestora Asa Investimentos.

Segundo as análises da gestora, o principal índice de ações americano, o S&P500 ainda poderia cair abaixo de 3.000 pontos.

O S&P500 é negociado hoje em 3.665 pontos. A queda apenas para 3.000 pontos significaria uma desvalorização de mais de 18%.

O leitor desta coluna sabe que esta queda não é novidade. Avisei para os leitores tomarem cuidado com o investimento em bolsa americana em outubro e em novembro de 2021. Novamente, nesse ano de 2022, fiz alertas em janeiro, junho, julho e agosto.

Conforme escrevi em junho, tão ruim quanto a queda é o prazo para que a bolsa retome aos patamares anteriores. Isso ocorre, pois o custo de oportunidade atual é muito elevado.

Temos uma taxa básica de juros acima de 13,5% ao ano. Portanto, dois anos sem retorno custam quase 30% de perda econômica.

Em outra reunião, nesta última terça-feira, o estrategista do Morgan Stanley, Cyril Moullé também alertou que o S&P500 poderia cair mais de 15%. Adicionalmente, ele sugeriu que o momento atual, seria mais comparável com o de 2001 quando a retomada demorou anos.

Os motivos para a expectativa de desvalorização já são conhecidos: alta de juros nos EUA, recessão nos EUA e Europa e revisão de lucros das empresas.

Alguém pode questionar nesse momento: mas o que Warren Buffett está fazendo?

É necessário diferenciar a condição de Buffett da sua. Ele administra uma espécie de fundo de ações. Em tese, ele deveria estar 100% comprado, mas sua posição em caixa é de cerca de 20% do volume total.

Outro ponto a considerar é o horizonte de investimento. Buffett controla uma empresa de investimentos em ações. Portanto, seu horizonte é indeterminado. Ele sempre vai estar comprado em ações. No entanto, seu horizonte de investimento, possivelmente, é mais curto.

Por último, Buffett não tem a alternativa de investimento de baixo risco e alto retorno como o CDI.

Portanto, avalie com cuidado sua exposição de risco ao mercado americano. Revise seu perfil de investidor e horizonte de investimento para adequar a exposição e não sofrer com possíveis novas quedas do índice.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

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Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.

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