Estimar o retorno futuro de sua carteira é fundamental na construção de um plano para a independência financeira. São necessárias duas estimativas: uma para o período de constituição do patrimônio financeiro e outra para o período de recebimento da renda. Nessa tarefa, um erro pode custar caro. Logo, explico como mitigar este risco.
A estimação de taxas de retorno parece muito fácil. Mas esta facilidade esconde riscos.
Existem dois riscos nesta estimação. Se você estimar uma taxa de retorno muito alta no período de acumulação, mas ela não for factível, você não alcançará o patrimônio desejado ou levará mais tempo que o esperado para atingi-lo.
O outro risco é superestimar a taxa de retorno no período de recebimento da renda do portfólio. Se a taxa efetiva no período for menor que a estimada, então sua renda será menor que a programada.
Em ambos os casos, perceba que o risco existe se você erra para cima na estimação das rentabilidades.
Portanto, seja conservador.
Cuidado para não extrapolar as taxas de juros e de dividendos mais altas que estamos vivenciando.
Vai ficar mais fácil chegar ao patrimônio desejado se extrapolar as taxas reais de juros de IPCA+6% atuais, mas não é possível garantir o investimento na mesma taxa em cinco anos.
Como o período de usufruto da renda do patrimônio a ser constituído está mais distante, o ideal é ser ainda mais conservador neste caso.
Existem duas formas de estimar o retorno.
A primeira seria usar uma média de longo prazo do retorno passado da carteira alvo, por exemplo, dos últimos dez anos. Essa carteira alvo, poderia ser construída a partir do perfil de investidor.
Essa carteira poderia ter uma diversificação de investimentos como: títulos públicos e privados de renda fixa, índices de ações nacionais e internacionais, fundos imobiliários e outros.
Entretanto, este procedimento não é o mais simples.
O mais recomendável seria estimar um múltiplo sobre as taxas reais, ou seja, acima da inflação, de títulos públicos federais. Como mencionei, o ideal é considerar uma média passada dessas taxas e não as vigentes.
Por exemplo, pode estimar que um investidor conservador teria retorno real de pelo menos 4,5% ao ano nos próximos vinte anos. Este primeiro período seria o de acumulação do patrimônio. No período final de usufruto do benefício, poderia usar 4% ao ano como retorno.
Para um perfil um pouco mais moderado, poderia considerar um múltiplo de 110% dessas taxas, ou seja, aproximadamente, 5% ao ano no primeiro período e de 4,5% ao ano no segundo momento. Esse múltiplo pode ser tanto maior quanto mais arrojado for seu perfil. Entretanto, deve atentar para limites.
É improvável que alcance de forma sustentável e por longo prazo retornos de 200% das taxas de títulos públicos.
Também, não cometa a falha de usar o retorno que foi adquirido por uma pessoa bem-sucedida nos investimentos. Esse retorno pode ser muito difícil de se repetir.
Cuidado para não cair na armadilha de acreditar que porque o Luiz Barsi ou o Warren Buffet conseguiram, você facilmente consegue. Afinal, quantos Barsis e Buffets você conhece?
A definição destes retornos alvos é muito importante como seu guia para avaliação do portfólio. Eles, também, devem ser revistos periodicamente para verificar se estão razoáveis dentro da realidade em cada momento.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.
Livro: A Jornada para sua independência Financeira
Sumário
Introdução
Entenda como você alcançará sua independência financeira
Viver de renda é o último passo da jornada para a independência financeira
Estas são as maiores dúvidas sobre a jornada para a independência
Capítulo 1 Construção do plano
O primeiro passo na construção do plano para a independência financeira
Como definir a taxa de retorno em seu plano para a independência?
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