Na elaboração de um plano para a independência financeira, o primeiro passo é um dos mais relevantes, mas usualmente é desconsiderado. Quando se pensa em um plano de investimento, usualmente a parte quantitativa é colocada em primeiro plano. Entretanto, um critério qualitativo, quando mal selecionado, provoca mais frustrações. Comento qual é este critério e como enfrentá-lo.
Quem já viu um questionário de perfil de investidor em bancos e corretoras?
Muitos vão dizer que nunca viram, mas com certeza já preencheram.
Seu preenchimento é obrigatório para todos que investem. Essa exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi estabelecida pela Instrução n° 539, de 2013.
Se todos preenchem, mas muitos nem lembram, isso quer dizer que ele não foi levado a sério.
De fato, os questionários existentes em instituições financeiras são muito insuficientes e confusos.
Por isso, investidores os relevam, mas não deveriam.
O perfil do investidor é de extrema importância, pois para todos os cálculos a se realizar no plano, são necessárias premissas sobre rentabilidades. É necessário fazer premissa de retorno para o período de acumulação e para o período de usufruto da renda.
Entretanto, estas premissas de rentabilidade devem considerar o portfólio a se investir. Este portfólio, por sua vez, deve estar considerar o perfil de investidor. Daí vem a importância do perfil.
Por exemplo, você poderia considerar que o retorno no período de usufruto é de 0,8% ao mês, acima do IPCA, pois acredita que pode aplicar 100% em fundos de investimentos imobiliários (FIIs).
Esta premissa resulta em um capital necessário para a independência financeira menor que se considerar o ganho líquido de IR de um título público referenciado ao IPCA que seria de, aproximadamente, 0,35% ao mês.
Entretanto, se você não tem perfil agressivo, vai se desesperar na primeira desvalorização dos FIIs. Possivelmente, vai querer vender e trocar pela opção mais conservadora. Entretanto, a opção mais conservadora não vai proporcionar a renda inicialmente planejada, pois o patrimônio acumulado e o retorno são menores.
Portanto, é de extrema importância se conhecer bem para dar o primeiro passo na construção do plano.
Tente avaliar com cuidado se você aceita flutuações de preço na carteira e qual intensidade da variação você suporta.
Caso tenha dúvidas sobre qual é seu real perfil, construa o plano considerando que você é um investidor conservador. Mas, faça investimentos não conservadores para se conhecer melhor.
Lembre-se, o plano precisará ser revisado periodicamente.
Portanto, se seu perfil mudar por alguma condição ou se percebeu com o tempo que tem um perfil diferente, deve imediatamente alterar o planejamento inicial.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
Fale direto comigo no Whatsapp.
Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
Caso tenham dúvidas ou sugestões de temas, por favor, fiquem à vontade para enviar por e-mail.
Livro: A Jornada para sua independência Financeira
Sumário
Introdução
Entenda como você alcançará sua independência financeira
Viver de renda é o último passo da jornada para a independência financeira
Estas são as maiores dúvidas sobre a jornada para a independência
Capítulo 1 - Construção do plano
O primeiro passo na construção do plano para a independência financeira
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.