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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
Descrição de chapéu Selic juros copom

Decisão do Copom desperta dúvida sobre escolha do melhor indexador de renda fixa

Apesar de a Selic ter ficado abaixo do IPCA nos anos de 2020 e 2021, os investidores parecem ter esquecido e estão retornando ao CDI

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A decisão do Comitê de Política Monetária da semana passada de reduzir a taxa Selic menos do que havia sinalizado fez com que muitos investidores repensassem sobre suas escolhas de renda fixa. Com um CDI ainda alto e uma inflação baixa, o juro real implícito nos títulos referenciados ao CDI e Selic se mantém maior que a taxa real dos títulos públicos referenciados ao IPCA. Daí vem a dúvida: qual indexador é melhor para acompanhar o resultado de uma carteira: CDI ou IPCA+ taxa de juro real?

O presidente do Banco Central e os diretores da instituição em pé na sala em que está o quadro Descobrimento do Brasil, de Candido Portinari
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (ao centro), e os diretores Otavio Damaso, Gabriel Galípolo, Rodrigo Alves Teixeira, Paulo Picchetti, Carolina de Assis Barros, Renato Dias de Brito Gomes, Diogo Guillen e Ailton de Aquino Santos - Raphael Ribeiro-30.jan.2024/BCB

No universo dos investimentos, a escolha de um indexador adequado é crucial para o sucesso financeiro de longo prazo. Embora muitos investidores brasileiros priorizem o CDI como referência para suas aplicações, este indicador pode não ser a opção mais segura para um planejamento financeiro sustentável ao longo dos anos. Ao invés disso, visar uma meta de taxa real acima do IPCA pode representar uma estratégia mais robusta e eficaz.

Uma das principais razões para escolher o IPCA mais uma taxa real como referência é que esse método garante não apenas a manutenção do poder de compra, mas também o crescimento real do patrimônio. Nos anos de 2020 e 2021, por exemplo, observou-se que o CDI ficou abaixo do IPCA, o que significa que investimentos atrelados apenas ao CDI não só falharam em proteger os investidores contra a inflação, mas também resultaram em perda real de capital.

Essa situação destaca um risco significativo de utilizar o CDI como único guia para investimentos: em períodos de alta inflação, esse indexador pode proporcionar um ganho real muito baixo ou até negativo.

O crescimento do portfólio depende fundamentalmente de ganhos reais, isto é, rendimentos que superem a inflação e aumentem efetivamente o valor do capital investido, e não de taxa nominal como no CDI.

Por isso, ao estabelecer uma meta de rendimento que supere a inflação (IPCA) mais uma taxa adicional, o investidor está se posicionando para um sucesso financeiro de longo prazo. Esse método não apenas preserva, mas aumenta o valor real dos investimentos, permitindo um planejamento financeiro mais confiável e ambicioso.

Ao invés de apenas acompanhar a economia, essa estratégia permite que o investidor prospere independentemente das flutuações econômicas e taxas de juros momentâneas.

Em resumo, ao focar em uma taxa real positiva acima do IPCA, o investidor cria uma base sólida para o crescimento contínuo e sustentável do seu patrimônio, assegurando que seus investimentos realmente contribuam para a melhoria de seu padrão de vida e alcance de seus objetivos financeiros a longo prazo. Com o CDI ou Selic, o investidor carrega sempre o risco de no longo prazo se distanciar de suas metas.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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