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Sátira 'Pifaizer', de Esse Menino, vence Prêmio Megafone na categoria Meme

Com 14 categorias, premiação homenageia o ativismo brasileiro

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São Paulo

Era 13 de maio de 2021 quando Carlos Murillo, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, revelou na CPI da Covid que o governo brasileiro ignorara ao menos cinco ofertas de doses de vacinas da Pfizer contra o coronavírus. No dia 24 daquele mês, o Brasil registrou 450 mil mortos em decorrência da pandemia. Seis dias depois, já eram 462 mil óbitos. Nenhum motivo para sorrir, muito menos rir.

Mas a risada veio em 9 de junho, quando o comediante mineiro Esse Menino publicou no Instagram sua sátira da situação, vencedora do Prêmio Megafone na categoria de melhor meme de 2021.

No vídeo, o humorista incorpora a farmacêutica, que tenta, sem sucesso e ao longo de 57 emails, fechar um acordo com a gestão de Jair Bolsonaro (então sem partido, agora no PL) para a compra de imunizantes.

O humor do vídeo é costurado pela crítica satírica, mas engajada e, também, informada, com referências tanto à cultura pop quanto às revelações que surgiam na CPI no Senado. Por exemplo, o depoimento de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, em que afirmou que a Pfizer, via carta, manifestou interesse em fazer do Brasil a vitrine da vacinação na América Latina.

"Tal qual a abertura da novela 'Belíssima', o brasileiro performando imunizado, Caetano ao fundo, vitrine para o mundo", diz Esse Menino enquanto digita e gesticula, encerrando o email que começa com "Diga lá, Naro. Não tivemos notícias suas!"

O vídeo é um meme que se desdobra em vários. Popularizou expressões como "tá passada?" e "quem é de verdade sabe quem é de mentira". E ainda criou outras, como "beijinhos científicos", "vai responder não, puta?" e, claro, o nome da "Pi-faizer", pronunciado com um pê quase mudo e exagerado.

"As ações finalistas trouxeram um retrato da situação dramática que nosso país viveu em 2021, quando sofremos ataques a direitos básicos garantidos na Constituição, como o próprio direito à vida", afirma o artivista Mundano, idealizador do Prêmio Megafone.

A premiação homenageia o ativismo brasileiro e se divide em 14 categorias, como Ação Direta, Arte de Rua, Cartaz em Manifestação, Jovem Ativista, Foto e Documentário. E, pensando as redes sociais, Meme.

Os outros indicados na categoria foram as cartunistas Laerte e Carol Cospe Fogo, a especialista em comunicação e diversidade Anna Cristina Almeida, do perfil Orgulho Afro no Instagram, e o comunicador Tukamã Pataxó. Abaixo, veja os indicados:

O padre Júlio Lancelotti recebeu o Megafone do Ano, mais alta honraria da premiação, por seu trabalho voltado à população de rua de São Paulo. Na categoria Música ou Videoclipe, a versão de "Bum Bum Tam Tam", de MC Fioti, para a campanha de vacinação foi a vencedora.

Gravado no Instituto Butantã, em São Paulo, o clipe conta com a participação de profissionais da instituição e adaptou a letra do hit para estimular que pessoas se vacinassem, em um momento quando muitos representantes do governo federal se esforçavam para gerar desconfiança em relação aos imunizantes.

"É a vacina envolvente que mexe com a mente de quem tá presente. É a vacina saliente, que vai curar nóis do vírus e salvar muita gente", canta o MC na versão adaptada.

Para conhecer outros indicados, acesse o site do Prêmio Megafone clicando aqui.

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