Em meio a suas considerações finais durante o primeiro debate presidencial de 2022, realizado na noite deste domingo (28) e transmitido pela Band, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) utilizou o pronome possessivo "nossa" para se referir à Argentina, ao Chile e à Colômbia.
O discurso de encerramento do presidente se iniciou com a repetição do lema integralista (movimento fascista brasileiro fundado na década de 1930) —"Deus, Pátria, Família"— que Bolsonaro adotou como slogan durante seu governo.
Em seguida, o presidente elencou críticas à ditadura na Venezuela, e ao atual presidente argentino, Alberto Fernández e afirmou: "Olha para onde está indo a economia da nossa Argentina."
O mandatário da Casa Rosada não foi o único criticado por Bolsonaro ao longo dos dois minutos de sua fala final. Em tentativa de ligar seu maior adversário no pleito que se avizinha, o ex-presidente Lula (PT), aos líderes de esquerda da América Latina, Bolsonaro também criticou o presidente chileno Gabriel Boric e Gustavo Petro, da Colômbia —o primeiro esquerdista eleito para governar aquele país.
"Lula também apoiou o presidente do Chile também, o mesmo que praticava atos de tacar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo nosso Chile?", questionou o atual presidente do Brasil. Em seguida, ao criticar Petro, repetiu a pergunta —e o uso do pronome possessivo para falar de países vizinhos: "Para onde está indo nossa Colômbia?"
Nas redes, a escolha linguística passou desapercebida.
Sonhos imperiais?
URSAL, é você?
Chamar o país vizinho de "nossa Argentina" em uma ano de Copa do Mundo, quando a tradicional rivalidade futebolística entre os países se intensifica, não foi bem recebido por alguns internautas.
Entre apoiadores de Bolsonaro, no entanto, a terminologia escolhida fez algum eco e postagens repetindo "nossa" Argentina, Chile e Colômbia pipocaram pelo Twitter.
Mas, afinal, e o Brasil?
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