"Tal qual Casimiro, também fui vítima de Flávio Bolsonaro", diz o cartunista João Montanaro nas redes sociais. Ele compartilha uma versão alterada de charge publicada na Folha em 15 de outubro de 2018.
Na versão original, o então candidato à presidência Fernando Haddad (PT) aguarda, de pé atrás de um púlpito, enquanto Jair Bolsonaro se esconde digitando mensagens no WhatsApp.
Na versão editada, a ordem se inverte: o ex-presidente Lula (PT) é quem se esconde debaixo do púlpito, ao passo que Bolsonaro ocupa o lugar de Haddad.
Na publicação, Flávio Bolsonaro (PL) ironiza a ausência de Lula na sabatina da Record neste domingo (23).
Em 2018, após receber alta da internação decorrente da facada em Juiz de Fora (MG), o então candidato Jair Bolsonaro cancelou sua participação em debates e sabatinas. Na charge, ele se esconde para focar na campanha via WhatsApp, que contou com esquema de disparo em massa de notícias falsas, revelado pela Folha.
"Pegam charges contra o Bolsonaro e transformam em discurso a favor por uma falta de cartunistas bolsonaristas competentes", diz Montanaro.
Questionado pelo blog se a alteração seria parte de um esquema maior de campanha, Montanaro diz que não. "É um comportamento intrínseco da internet, né? Qualquer desenho ou imagem pode ser adulterado. Acaba entrando na lógica do meme".
É difícil impedir uma imagem de circular nas redes sociais. E, para o cartunista, contraproducente. "Eu posso expor pra conseguir minha parte na economia do like, mas nada além disso, acho", comenta.
Montanaro não foi a única vítima do esquema de alteração de imagens. Neste final de semana, o filho do presidente também compartilhou uma foto falsa de Casimiro segurando balões com o número 22. O streamer respondeu nas redes sociais, em um post que já acumula mais de 1 milhão de likes.
Após a repercussão, a publicação de Flávio Bolsonaro com a montagem de Casimiro foi apagada.
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