As expressões "Maçonaria", "Decepção", "Bolsonaro satanista" e "Traidor" estão entre os assuntos mais comentados nas redes sociais na manhã desta terça-feira (4), após um vídeo antigo do presidente Jair Bolsonaro (PL) discursando em uma loja maçônica voltar a circular.

Falando ao microfone em espécie de altar adornado com símbolos tradicionais da maçonaria (como o esquadro e o compasso e outros símbolos triangulares), Bolsonaro fala a respeito de corrupção, questões ideológicas e narra ter "saído da zona de conforto" do mandato parlamentar para andar pelo Brasil e investigar "quais são os grandes problemas que temos que enfrentar".

Ao final, ele afirma que o Brasil precisa "de um presidente que não nos atrapalhe". E, enfim, afirma que "nos últimos 30 anos, lamentavelmente, o poder Executivo e Legislativo aperfeiçoou-se (sic) o 'criar problemas para vender facilidades, não preciso entrar em detalhes. Lamentavelmente o histórico do dia a dia da nossa imprensa mostra como nós estamos.", diz.

O vídeo está publicado ao menos desde 2017 em um canal no YouTube chamado O Democrata, cujos contatos divulgados levam às redes sociais Todos Com Ciro, de apoio ao candidato pedetista, Ciro Gomes. Os administradores da página afirmam que o canal não pertence à eles.

O retorno do vídeo, em momento de acirrado segundo turno entre Bolsonaro e Lula (PT) —marcado pelo discurso fortemente religioso do atual mandatário e pelo peso do eleitorado evangélico na decisão de quem governará o país em 2023 —fez com que opositores do presidente ganhassem munição. A campanha é para que o material chegue a evangélicos, numa tentativa de que eles se sintam traídos por Bolsonaro.

Ao que tudo indica, a guerra será religiosa neste segundo turno.

Além da indignação de apoiadores e do fogo cruzado eleitoral, o episódio está gerando, é claro, memes. Alguns opositores do presidente riem do potencial desgaste provocado pelo "pânico satânico" —vale ressaltar que a maçonaria não tem relação com o satanismo.

Bom dia.

A assessoria da Presidência foi procurada e questionada a respeito do local e data em que o vídeo foi gravado. Caso haja resposta, o texto será atualizado.