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Posts viralizam ao mostrar elo entre MC Pipokinha e Stálin

Tuiteiro testa teoria de que qualquer pessoa está ligada a outra por "sete apertos de mãos"

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São Paulo (SP)

O que liga a MC Pipokinha ao ditador russo Josef Stálin? Apenas sete apertos de mão, segundo uma thread de sucesso no Twitter .

No caso, a funkeira catarinense foi a um podcast, o mesmo que entrevistou o ex-jogador da seleção brasileira Vampeta. Vampeta foi amigo e colega do atacante Ronaldo Fenômeno, que esteve inúmeras vezes com o Rei do Futebol, Pelé. Pelé, por sua vez, apertou as mãos, num encontro em 1997, da rainha Elizabeth 2ª, velha conhecida de Winston Churchill. O ex-premiê do Reino Unido, como se sabe, firmou uma aliança na Segunda Guerra com Stálin.

"Fim. Achei fácil, quero meu follow", brinca Lucas Almeida, 17, com os internautas que o desafiaram a por a prova a "teoria dos sete graus de separação" ou dos "sete apertos de mão", como ele chama a brincadeira que encontra elos entre personalidades aparentemente muito distantes.

As teias bem-humoradas do tuiteiro viralizaram na rede desde o começo desta semana, e já riscaram ligações que vão de Napoleão Bonaparte ao streamer Casimiro, de PC Siqueira ao imperador Hirohito, do podcaster Monark a Adolf Hitler.

A brincadeira parece se inspirar na "Teoria dos Seis Graus de Separação", que defende que todas as pessoas estão ligadas umas às outras por um pequeno número de conexões intermediárias, mesmo que não se conheçam ou estejam muito distantes física e temporalmente.

"Meu objetivo era mostrar o quão pequeno o mundo pode ser, e quão absurdo e bizarro é o fato de as pessoas estarem tão próximas", diz Lucas em entrevista ao #Hashtag.

Por enquanto, o fio da Pipokinha é o de maior sucesso, com 8,5 milhões de visualizações e mais de 100 mil curtidas. Mas Lucas promete uma thread que vai ligar Jesus Cristo ao… MC Poze — com "infinitos apertos de mão".

O jovem conta que escolhe os desafios "com base em alguma correlação ou a completa falta dela". "Por exemplo, se eu quiser ligar o cantor MC Poze, tentarei com alguém ligado a música, tipo Tupac, Shakespeare ou 50 Cent. Se eu não conseguir, achar fácil demais ou desinteressante, tento com alguma figura bem distante como, sei lá, Fidel Castro."

Definidas as personalidades, o processo para encontrar as ligações é rápido e ele conta que às vezes leva mais tempo escrevendo os fios do que pesquisando as conexões.

Para facilitar, conta com os "coringas", figuras históricas que conheceram boa parte do mundo — como Pelé e a rainha Elizabeth.

No desafio do streamer Casimiro e Napoleão, o jovem encontrou o elo que vai de Napoleão 3º, passa pela rainha Vitória, seguida por rei George 4º, chegando na rainha Elizabeth 2ª, Pelé, Neymar e, enfim, Casimiro Miguel.

Já a conexão entre a política maranhense Lourdes Melo, famosa pelo meme "você quer me calar?", e o líder comunista Mao Tsé-Tung tem a contribuição de figuras como Jair Bolsonaro e João Goulart.

A teoria

A teoria dos "seis graus de separação" foi esboçada pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy no livro Tudo é Diferente, de 1929.

A hipótese defende que qualquer pessoa está em contato com outra através de seis intermediários — sem importar a distância geográfica entre elas ou o fato de não se conhecerem. Os avanços na comunicação e no transporte dos últimos séculos seriam facilitadores dessa dinâmica.

A ideia foi testada e formalizada pelo psicólogo americano Stanley Milgram em um famoso experimento feito nos Estados Unidos.

Milgram distribuiu envelopes para pessoas com destinatários que estavam em outras cidades, a mais de 2.000 km. O objetivo era fazer com que o envelope chegasse ao destino sem que o participante entrasse em contato diretamente com a pessoa-alvo. Ao invés disso, eles deveriam enviar o pacote para um conhecido que tivesse maior chance de conhecer o recebedor.

Os resultados apontaram que, em média, eram necessários cinco intermediários para o objeto chegasse ao destino. A ideia, desde então, difundiu-se no senso comum.

"Eu me lembrava de brincar muito disso quando era menor com amigos de infância", conta Lucas.

O oráculo de Bacon

Inspirado na teoria, um site popular e divertido da internet chamado "Óraculo de Bacon" oferece um jeito de calcular a distância média entre quaisquer atores de Hollywood, baseado na lenda urbana de que o ator Kevin Bacon seria o astro mais conectado do cinema americano.

Foi criado até o "número de Bacon". O ator Val Kilmer, por exemplo, teria um número de Bacon igual a 2, já que atuou com Tom Cruise em "Top Gun", e Cruise, por sua vez, já fez filmes com Bacon. Atores brasileiros como Wagner Moura e Alice Braga também têm número Bacon 2, pois atuaram em longa com colegas que os conectam ao astro americano.

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