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Descrição de chapéu Twitter

Twitter volta atrás e recupera selo azul até de celebridades mortas

Plataforma devolveu ícone a famosos como Paulo Gustavo e Marília Mendonça, descumprindo novas regras dois dias depois de implantá-las

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São Paulo (SP)

Em mais um movimento confuso, o Twitter recuperou o selo azul de algumas contas na rede social, dois dias depois de derrubar o distintivo de milhares de usuários e definir que apenas pagantes teriam direito ao recurso.

A mudança atinge usuários que não solicitaram ou bancaram o selo, como perfis de celebridades mortas como Paulo Gustavo, Marília Mendonça e Gal Costa. Ao clicar no símbolo, a plataforma exibe uma nota em que afirma que as contas foram verificadas porque se inscreveram no Twitter Blue e tiveram os números de telefone checados, afirmação contestada por diversos usuários.

Questionado pelo #Hashtag se haviam assinado o serviço, as equipes dos artistas não responderam até o momento da publicação. Os perfis de Chadwick Boseman, estrela da franquia "Pantera Negra", e do jogador de basquete Kobe Bryant, ambos falecidos em 2022, estão entre as dezenas de outros exemplos de contas ilustres que tiveram o símbolo resgatado.

Algumas delas não registram atividades recentes e ainda assim são descritas como assinantes do Blue — a exemplo do perfil do falecido ditador venezuelano Hugo Chávez (sem novos tuítes desde 2013) e do jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi (sem novas publicações desde 2018).

Hashtag - Twitter Blue Musk
Meme faz piada com o Twitter Blue, serviço lançado por Elon Musk que restringe selos azuis a pagantes - Reprodução/Twitter

A hipótese mais popular entre usuários é a de que a plataforma está resgatando o distintivo daqueles que têm um milhão de seguidores – o que condiz com as características das contas citadas acima.

O Twitter, porém, não divulgou explicações oficiais sobre as alterações, nem nos canais da rede nem no perfil de Elon Musk, onde o dono da plataforma costuma divulgar atualizações. Procurado em seu email global de assessoria de imprensa, a empresa não respondeu.

Segundo as regras estabelecidas pela rede, a partir de 20 de abril, quem quisesse manter o ícone deveria pagar uma assinatura com valores a partir de R$ 42. Para empresas, a taxa mensal seria de US$ 1.000 (o equivalente a R$ 5.233).

O retorno da verificação em alguns perfis de famosos e de meios de comunicação começou a ser notado neste sábado (22). Felipe Neto, que tem 16 milhões de seguidores e é crítico do Twitter Blue, recebeu o selo de volta, segundo ele, mesmo sem ter feito nada. Ele disse que a iniciativa era uma forma de Musk "incentivar mais gente a pagar".

"O Elon Musk não só voltou com o verificado de milhares de pessoas relevantes no Twitter", escreveu, "ele colocou um aviso como se todo mundo tivesse assinado o Twitter Blue, para incentivar mais gente a pagar. É enganação, pura e simples."

O influenciador acusou a plataforma de falsificação e, após alguns dias, teve o símbolo removido novamente. A reportagem procurou Neto para saber como a segunda remoção aconteceu, mas ainda não obteve retorno.

O ministro do STF Alexandre de Moraes também foi descrito como um assinante do serviço da plataforma e exibe o selo azul em sua conta oficial.

Hashtag - Twitter diz que Alexandre de Moraes é assinante do Twitter Blue
Twitter diz que conta do ministro Alexandre de Moraes é assinante do Twitter Blue - Reprodução/Twitter

Interlocutores do magistrado afirmaram ao Metrópoles, porém, que Moraes nem ao menos sabe o que é o Twitter Blue.

Ele é o único entre os ministros do Supremo presentes na rede a ter a conta verificada – e o único com mais de um milhão de seguidores.

Outros usuários relataram terem recuperado o ícone mesmo sem pagar. Em comum, todos apresentam mais de um milhão de seguidores.

Musk tuitou na semana passada que estava pagando pessoalmente pela assinatura de alguns usuários ilustres, mesmo sem consentimento. Entre eles o jogador de basquete Lebron James e o escritor Stephen King. Em resposta, King afirmou que o magnata deveria doar o valor do selo para a caridade.



Altamente impopular, a versão paga da rede social sofre resistência por cobrar caro por recursos antes gratuitos e por fomentar o crescimento de contas falsas na rede. Os ícones azuis, por exemplo, têm sido alvo de boicotes através da hashtag #BlockTheBlue. Os usuários temem que aderir ao selo passe a impressão de estarem apoiando as mudanças na rede sob a gestão Musk.

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