As postagens da agora ex-assessora especial da ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), Marcelle Decothé, que ofendem paulistas e são-paulinos, renderam críticas por parte de perfis à esquerda e à direita nas redes sociais.
Além de pressionar pela demissão da servidora, decisão anunciada pela ministra na tarde desta terça-feira (26), alguns internautas pedem a saída da própria Anielle do governo.
Até esta tarde, a hashtag #ForaAnielleFranco ficou entre os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter), com mais de 16 mil menções, puxadas principalmente por perfis de direita, que caracterizaram as declarações feitas pela auxiliar durante a final da Copa do Brasil, no último domingo (24), como xenofobia e "racismo do bem".
Eles também criticam o fato da ministra e sua equipe terem usado um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para cumprir agenda no local.
Enquanto acompanhava oficialmente a ministra, que esteve no estádio do Morumbi durante a partida para o lançamento de uma ação contra o racismo, Decothé publicou em um perfil privado, usando linguagem neutra, que o São Paulo tem "torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade..."
No mesmo post, complementa: "pior tudo de pauliste."
Em outras publicações, ela ainda chamou a diretoria do Flamengo de fascista e diz ter sido uma "morte terrível" entrar no estádio em um carro da Polícia Federal.
Diversos usuários à direita também publicaram fotos da servidora com comentários preconceituosos sobre sua aparência.
Com a repercussão, Anielle rebateu os oposicionistas dizendo que é "inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever".
O Ministério da Igualdade Racial disse que abriu investigação para apurar a conduta das servidoras, como mostrou a coluna Painel. Além de Decothé, outras servidoras apareceram em publicações nas redes sociais provocando a torcida do São Paulo e fazendo críticas à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Por ora, apenas Decothé foi desligada.
Entre perfis mais próximos do espectro progressista, houve, por um lado, críticas a parlamentares de direita pela tentativa de colar uma ideia de "racismo reverso" ao caso, e por outro, rejeição às postagens da servidora, avaliadas como "vacilo" e "nada profissional".
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