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Livro 'A Geração Ansiosa' explica transformações na infância e adolescência causadas pelas redes sociais

Blog mostra sete ideias centrais da obra para entender as mudanças profundas causadas pela hiperconectividade

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São Paulo
  • Regra número 1: sem smartphones antes do ensino médio.
  • Regra número 2: sem redes sociais antes dos 16 anos.
  • Regra número 3: escolas sem smartphones.
  • Regra número 4: uma infância com mais brincadeiras sem supervisão.

Essas são quatro regrinhas formuladas pelo psicólogo social americano Jonathan Haidt no livro "The Anxious Generation: How the Great Rewiring of Childhood is Causing an Epidemic of Mental Illness" (A Geração Ansiosa: Como a Infância Hiperconectada Está Causando uma Epidemia de Transtornos Mentais, que será lançado em português pela Companhia das Letras) como forma de tornarmos a geração Z menos ansiosa.

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Alunas mexem no celular durante intervalo. - Mathilde Missioneiro/Folhapress

A obra constata que os níveis de desequilíbrio na saúde mental desses jovens é alarmante. A partir de 2010, por exemplo, o número de emergências em hospitais por casos de automutilação cresceu 188% para meninas de 10 a 14 anos, e 45% para meninos da mesma idade, nos Estados Unidos.

O #Hashtag leu o livro e separou sete ideias centrais para entender as profundas transformações na infância e adolescência relatadas por Haidt.

Porta de Entrada

Não comemore ao ver seu filho de dois anos mexendo com maestria em um smartphone. Pelo contrário: preocupe-se. Trata-se da porta de entrada para um mundo desconhecido, viciante, repleto de perigos e responsável por causar uma epidemia de saúde mental em crianças e adolescentes em todo o mundo.

CyberInfância

Os anos de 2010 a 2015 marcam uma transformação em uma escala quase inimaginável na infância e adolescência, quando a geração Z, nascida após 1995, passou a crescer com internet móvel de ultravelocidade, redes sociais aditivas e smartphones repletos de ferramentas. É a consolidação da mudança da infância baseada na brincadeira, mais saudável, para a infância baseada no celular, mais prejudicial à saúde mental dos jovens.

Precipitação

A sociedade falhou ao permitir que seja tão fácil a crianças e adolescentes criar uma conta em rede social. A lei americana de 1998, por exemplo, (Children’s Online Privacy Protection Act) estabeleceu em 13 anos a idade legal para perfis nas redes sociais, sem nenhum embasamento técnico ou teórico. A legislação entrou em vigor anos antes de as redes sociais mais problemáticas, como Instagram e TikTok, serem criadas.

Vulnerabilidade

Os adolescentes são particularmente vulneráveis aos efeitos danosos das redes sociais porque seus córtex frontais, parte do cérebro responsável por autocontrole e resistência à tentação, ainda estão em formação, o que ocorre até os 25 anos. Nós não deixamos os pré-adolescentes comprar cigarro, álcool ou entrar em cassinos, mas os deixamos navegar livremente no desconhecido mundo da internet, aponta Haidt.

Caça-Likes

As redes sociais em si não eram tão prejudiciais, mas o advento de botões como "like" (curtida) e "share" (compartilhamento) em 2009 transformou completamente a dinâmica das interações nessas plataformas, que passaram a ser hipervirais. Outra invenção que revolucionou as redes foram as câmeras frontais a partir de 2010, que permitiram a massificação das selfies, tão populares no Instagram, e tão autocentradas na imagem perfeccionista.

Universo de bolso

A geração Z é a primeira da história a passar a sua puberdade com um portal em seus bolsos que a transporta para um universo paralelo, viciante e instável. Esses jovens passam boa parte de seus dias gerenciando suas marcas online, com um nível de concentração baixíssimo, já que são o tempo todo interrompidos pela nova notificação do celular.

Salto sem rede de proteção

A partir dos anos 1980 a sociedade passa a criar filhos de forma mais protetora, restringindo a autonomia das crianças no mundo real. No entanto, brincadeiras não supervisionadas e de risco são importantes para a formação dos filhos como seres independentes, que criam seus próprios códigos e regras com outras crianças da mesma idade para desenvolver competências sociais básicas. É assim com todos os mamíferos, assinala Haidt. "Meu ponto central no livro é que proteção em excesso no mundo real e proteção mínima no mundo virtual são as principais razões pelas quais os nascidos depois de 1995 se tornaram a geração ansiosa", afirma.

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