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Descrição de chapéu grand slam Twitter

Em discurso viral a formandos, Federer refuta ideia de que seu sucesso veio do 'talento, sem esforço'

Lenda do tênis recebeu título de doutor e viralizou dando conselhos a graduandos nos EUA

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São Paulo (SP)

Roger Federer desmentiu uma das histórias mais repetidas sobre o seu sucesso em quadras de tênis enquanto falava a uma turma de formandos do Dartmouth College, nos EUA, no último domingo (9).

Aposentado do esporte desde 2022, Federer se acostumou a ouvir que sua carreira vitoriosa era consequência natural do fato de ser um atleta virtuoso, garantido pelo talento, de tão habilidoso que não aparentava fazer esforço. A imagem, criada pelo público e pela imprensa, na verdade é falsa e sempre foi motivo de frustração, revelou o suíço.

"Fazer algo sem esforço é um mito. Digo isso como alguém que ouviu muito essa frase: ‘sem esforço’. Na maioria das vezes, as pessoas queriam elogiar, mas me frustrava quando diziam "ele mal suou!" ou "ele está mesmo tentando?", conta.

"A verdade é que eu tive que trabalhar muito, para fazer parecer fácil. Não cheguei onde cheguei apenas por puro talento. Cheguei lá tentando trabalhar mais do que meus adversários", completou Federer.

"No tênis, a perfeição é impossível", apntou o ex-tenista, que foi o terceiro maior vencedor de Grand Slams da história, como são chamados os torneios mais importantes da modalidade.

"Disputei 1.526 partidas individuais na minha carreira. Ganhei quase 80% dessas partidas. Mas pergunto a a vocês: qual a porcentagem de pontos ganhei nessas partidas? Apenas 54%. Mesmo os jogadores de tênis mais bem classificados ganham pouco mais da metade dos pontos que jogam", disse.

Trechos do discurso de 25 minutos, em que o suíço dá conselhos aos jovens e fala sobre a vida na aposentadoria viralizaram nas redes sociais. No X (antigo Twitter), uma das postagens chegou a quatro milhões de visualizações, em meio a comentários sobre o bom humor do tímido campeão.

"Esta é, literalmente, a segunda vez que piso em um campus universitário. Mas por alguma razão, vocês estão me concedendo um doutorado. Eu vou para casa como "Dr. Roger". Esta dever ser a minha vitória mais inesperada de todas", brincou ele na abertura, quando admitiu ter encerrado os estudos aos 16 anos e não ter cursado o ensino superior.

Na ocasião, o ex-atleta recebeu o título de doutor honorário em humanidades, por reconhecimento ao trabalho filantrópico desenvolvido pela fundação Roger Federer, que apoia projetos educacionais para crianças na Suíça e em países do sul da África.

Federer disse entender a pressão e a angústia que pesa sobre os formandos em relação ao futuro, algo similar, segundo ele, ao que encara agora na aposentadoria — termo que o astro rejeita, aliás, preferindo apelidar o fim de carreira de "graduação do tênis".

"Sinto a dor de vocês. Sei como é quando as pessoas continuam perguntando qual é o seu plano para o resto da vida. Eles me questionam: 'agora que você não é mais um tenista profissional, o que você faz?' Eu não sei... E está tudo bem não saber", afirmou.

"Sou pai em primeiro lugar, então, acho que levo meus filhos para a escola? Jogo xadrez online contra desconhecidos? Aspiro a casa? Eu estou amando a vida de 'graduado do tênis'", continuou Federer.

Ele apresentou, ainda, mais uma lição que carrega dos anos de profissão aos estudantes presentes. Diz que os campeões são aqueles que, na verdade, aprendem a perder.

"Quando você está disputando um ponto, isso é a coisa mais importante do mundo. Mas quando ele fica para trás, fica para trás! Essa mentalidade é realmente crucial, porque te libera para se comprometer totalmente com o próximo ponto...E o próximo depois dele... Com intensidade, clareza e foco", disse o suíço.

"Os melhores do mundo não são os melhores porque ganham todos os pontos. É porque sabem que vão perder, vez após vez, e aprenderam a lidar com isso."

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