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Instituto Vladimir Herzog lança acervo digital com jornais clandestinos do período militar

Projeto catalogou 10 mil páginas de periódicos produzidos em todo o país

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O Instituto Vladimir Herzog lançou um acervo digital de raros jornais alternativos e clandestinos publicados durante a ditadura militar (1964 - 1985). Tratam-se de 10 mil páginas de periódicos de todas as regiões do Brasil.

Os documentos catalogados pautam temas que continuam pertinentes, como disseminação de fake news, desmatamento, pobreza em centros urbanos e direitos de mulheres, pretos, indígenas e membros da comunidade LGBTQIA+.

Imagem do jornalista Vladimir Herzog com sua máquina de escrever
Imagem do jornalista Vladimir Herzog com sua máquina de escrever - Acervo Instituto Vladimir Herzog/Divulgação

Um dos jornais publicados é o "Inimigo do Rei", editado em Salvador entre as décadas de 1970 e 1980. Edições do periódico disponíveis no acervo discutem marginalização da maconha, legalização do aborto e a repressão da polícia a homossexuais, prostitutas e travestis. Em janeiro de 1980, por exemplo, o jornal defendeu em sua manchete "a prática sexual ampla, geral e irrestrita".

Dez meses depois, o periódico incitava seus leitores a "fumar baseado" e criticava comunistas por, segundo a publicação, se unirem à direita contra a oposição sindical.

Segundo o instituto, o principal objetivo do acervo é mostrar como ativistas e jornalistas fizeram da imprensa alternativa um instrumento de luta e de resistência contra o regime militar, sem excluir pautas progressistas.

O instituto também disponibilizou 42 entrevistas gravadas com profissionais que atuaram na produção jornalística de resistência durante o período ditatorial. Entre eles, os jornalistas Tonico Ferreira e Juca Kfouri e a cartunista Laerte –os dois últimos são colaboradores da Folha. Os idealizadores do projeto também conversaram com o escritor Fernando Morais, autor de um dossiê sobre as ameaças do regime militar à imprensa alternativa. Esses vídeos faziam parte do projeto Resistir é Preciso, que em 2011 reuniu depoimentos de jornalistas e documentos de oposição ao regime.

O novo acervo é aberto e gratuito. A plataforma também é organizada pelo Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem) e pelo Núcleo de Cultura Digital do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NCD-Cebrap).

Conheça o acervo

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